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Anabela Mota Ribeiro

Carminho

15.03.20

Carminho é o mais recente fenómeno da música portuguesa. Um fenómeno que se sabe que não ficará por aqui. Sabe-se como? Ouvindo-a.

O seu disco de estreia, Fado, foi elogiado pelos pares, pela crítica, pelo público. Um estranho caso de consenso num país dado à discórdia e à maledicência. Os seus concertos esgotam. A Mesa de Frades, casa de fados onde canta à quarta-feira, enche-se para a ouvir.

Quem é ela? É uma menina que interrompe o discurso para dizer que apareceu um arco-íris bonito. É uma mulher que diz: “Os meus pais nunca sonharam para mim coisas que não sonhei. Nunca projectaram em mim nada que não tivesse sido uma decisão minha”.

Tem uma vida cheia. E tudo está ainda por acontecer. Isso constitui uma dádiva. Uma, das muitas que recebeu. Carminho, ou Carmo Rebelo de Andrade, também deu. Dá.

Isto tudo aparece no modo como ela canta.

 

Já está habituada ao sucesso? A ser considerada a grande revelação do fado. Ou está assustada com a velocidade com que tudo isto aconteceu?

Não estou de todo habituada. Tudo está a evoluir tão rapidamente que não chega a haver tempo para me acostumar. É especial o que me está a acontecer. Estou muito feliz, mas relativizo tudo isto. Agora tenho sucesso; mas o que é isso realmente representa? O que é que isso faz de mim? Não posso perder de vista o que estou a fazer, nem a certeza de que o que estou a fazer me está a fazer feliz.

 

O que é que já mudou na sua vida e em si? Que impacto tem esta exposição e este sucesso em quem é?

De uma forma prática, mudou o meu dia a dia. Para além dos concertos, tenho trabalho de casa. Não só de recolha de repertório, mas também de partilha com produtores, de preparação do que vou fazer. Trabalhar a minha voz, ter cuidados que antes não tinha. Grandes mudanças interiores: são as de me questionar constantemente. Posicionar-me no que eu acredito. É muito bom ouvir elogios, mas, se calhar, daqui a algum tempo, vou ouvir críticas. Não posso ficar aprisionada àquilo que os outros pensam do meu trabalho. Há que trabalhar interiormente para construir uma fortaleza que me proteja. Não me posso deslumbrar, nem ficar afectada demasiadamente.

 

Em que momento é que decidiu que era mesmo isto? Basta ir ao youtube e vê-la a cantar o fado com 12 anos para perceber que a história já é antiga…

Houve um momento. Foi no avião, do Brasil para Portugal, no fim de 2007, quando regressava de uma viagem à volta do mundo. E agora, o que é que vai ser? E foi instantâneo. Não havia mais a ponderar. O fado, além de ser o que mais gostava de fazer, podia também ser a minha profissão. Antes, achava que o fado era tão um braço meu, que não podia ser a minha profissão.

 

Como assim?

Eu achava – pensamento naif! – que era preciso ter um computador e uma secretária, um horário e um projecto, um orçamento, clientes. Dava-me tanto prazer cantar, era tão fácil, que não achava digno ter uma profissão onde não tivesse de ter esforço. Não era meritório. Agora percebo que é preciso esforço e empenho, que o talento é uma percentagem pequena em relação ao que é preciso fazer para se fazer disto uma profissão. É preciso muito trabalho, abdicar de coisas, nunca perder o fio traçado, encontrar equilíbrio para viver emoções fortes. Para se cantar o fado de modo verdadeiro temos de estar sempre a confrontar-nos com sentimentos. Custa e é trabalhoso.

 

Antes da viagem, tirou um curso superior.

Estudei marketing e publicidade. Para além do curso, ia cantando, ganhando uns trocos, uma coisa muito amadora. Foi aí que consegui dinheiro para a viagem. Já havia pessoas a perguntar-me porque é que não fazia disso a minha profissão, editoras fizeram-me convites para gravar. Nunca me senti preparada. Não sabia bem o que é que eu era, de que é que era feita, não sabia o que ia dar.

 

Quando se canta o fado, canta-se quem se é.

Exactamente. Então fui-me embora, fui viajar. E quando soube, soube com certeza que era aquilo.  

 

O que é que a viagem lhe fez? Pode resumir a viagem?

Parti sozinha para a Índia. Tinha 21 anos. Peguei na mochila, comprei um bilhete de avião, que é uma volta ao mundo com vários destinos. Chega-se lá e não há nada. Não temos marcações, é muito à aventura. Um dos meus objectivos principais era fazer voluntariado. Sabia que ia, através do voluntariado, encontrar mais respostas acerca de mim.

 

Sabia como? Intuía?

Durante a faculdade fiz voluntariado. Tinha tido experiências, isso fazia-me crer que era por aí. Não me enganei. Fui primeiro para Calcutá, para a primeira casa que a Madre Teresa fundou. Tratar moribundos. Tratar dos últimos momentos dessas pessoas, dar-lhes alguma dignidade (quem está ali não tem família, não tem casta). Ia cheia de certezas, que tinha amor para dar, amizade, conforto. E aquilo de que os outros precisam não é nada daquilo que nos achamos que eles precisam. Se calhar precisam disso, mas num formato que ainda não conhecemos. Precisei de ir ao encontro dessas pessoas; elas é que tinham de me ensinar, mostrar o que eu tinha para dar.

 

O que é que fazia?

Dar-lhes de comer, a higiene pessoal, tratar-lhes das feridas, umas conversas, um carinho. O que é que podemos fazer para que eles se sintam amados, respeitados, dignificados? Descobrimos que cantar uma música pode ser suficiente. Ou um sorriso. Ou o modo como se penteiam os cabelos. Como se está atento à pessoa e responde quando ela chama. Nunca deixar as pessoas nuas. Não mostrar repugnância. Temos de fazer um esforço para libertar-nos disso e ver o outro para além das suas feridas. O que nos repugna são as feridas, mas o que faz com que precise de nós são as feridas… É lutar com os nossos medos e saber do que somos capazes.

 

Sabia que era capaz disso?

Não, e descobri.

 

Nunca se tinha ocupado, aqui, de uma pessoa assim?

Na faculdade, fiz a volta dos sem abrigo durante dois anos, à noite, a dar refeições. Estive também num lar de idosos acamados a dar apoio aos almoços, jantares, fins de tarde. Mas precisei de ir mais fundo. Também por uma questão pessoal: cresci numa família privilegiada. Tive uma infância feliz. Eu brinquei. Eu tive os meus brinquedos, que eram meus. Pude ter o meu território. Pude viajar, pude estudar, pude ter amigos, pude sair à noite. Não tive que ser mãe antes do tempo, não tive que tomar conta dos meus irmãos. Pude fazer coisas que, mesmo em Portugal, não estão garantidas. Hoje em dia dou-me com pessoas muito diferentes de mim. E penso, em relação a pessoas que estão ao meu lado, com quem trabalho, que não tive e passar por aquilo por que elas passaram. Tive necessidade de me despojar dos meus bens e dos meus privilégios, misturar-me com pessoas que sentem outras coisas. E tentar ser uma delas. Continuo a ser privilegiada, porque, assim que tenho medo, posso pirar-me.

 

Saber que tem uma rede muda as coisas.

É um trapézio com rede. Ainda assim, fiz o exercício de desprender-me de tudo o que tinha em casa, ir, tentar dar-me ao máximo às pessoas, respeitá-las como elas são, nas suas diferenças. Foi uma luta muito grande. Isto são frases muito bonitas ditas assim… Às vezes nem me sinto bem em dizê-las, porque parece que sabia o que ia encontrar… Não. Foi um percurso.

 

Conte um episódio.

Foi duro perceber que, além do tempo que tinha dispensado, além do dinheiro que tinha pago, além da disponibilidade, ainda tinha que fazer o trabalho bem feito. Não podia falhar. Por exemplo: estava atarefada, abria o armário da roupa, tirava uma fralda e desarrumava as outras; mas como estava com pressa não arrumava. Uma freira deu-me um raspanete, disse-me: “Houve alguém a arrumar isto por ti”. Cerrei os dentes e fiquei furiosa! Não respondi, obviamente. Por dentro, pensei: “Que lata!, venho eu do meu país, saio do meu quentinho, estou a pagar para estar aqui, e ainda me vêm dizer como é que devo fazer”. Mexeu com o meu orgulho. Tive de pôr-me no meu lugar. Percebi que o tempo disponibilizado e o dinheiro eram apenas o compromisso. É quando a pessoa assina o papel. O fazer é outra parte. Elas são voluntárias, mas não se dão ao luxo de falhar só porque o estão a fazer de graça.

 

Que é que aconteceu a seguir à Índia?

Um mês depois, encontrei-me com a minha prima Rita, que me acompanhou na viagem. Da Índia fui para a China, Tailândia, Vietname, Laos, Cambodja, Malásia, Singapura, Timor, Austrália, Nova Zelândia, Ilha de Páscoa, Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. Um ano.

 

Que contacto manteve com casa?

O que podia. O que eu queria.

 

Estou a perguntar até onde queria distanciar-se do que tinha aqui, das referências; até onde estava isolada.

Não levei telemóvel. Era impossível as pessoas contactarem-me. Isso foi muito importante para mim. Não podia ser interrompida no meu propósito. Mas até fui: o meu irmão casou a meio e tive de vir a Lisboa. Estar aqui foi estranho. Mas depressa recuperei.       

 

Ia cantando, durante a viagem? Cantando sozinha, como vinha a cantar agora, subindo a rua.

Vinha? [riso] Fado, não cantei. Estava a expurgar, a deitar fora. Mas cantei no voluntariado. Havia uma senhora que todos os dias queria que lhe cantasse os parabéns!, em inglês. E eu cantei. Cantei em Timor numa Ordem Religiosa, que pretende combater a fome e a pobreza na ilha e ajudar jovens a encontrar um ofício. Também dei aulas de português. Foi um voluntariado diferente: foi um investimento no futuro. O meu quarto, pequenino, era parede com parede com a capela. Acordava às seis da manhã, com os meninos a cantar. Eles sabiam imensos cânticos.

 

Era uma preocupação, ganhar o seu dinheiro para se sustentar na viagem?

Sim. Já ia mais ou menos preparada. Mas cantei na Embaixada de Portugal na Argentina, Chile e Uruguai. Ganhei mais uns trocos, para me aguentar. Viajei a muito baixo custo. As dormidas: o mais barato que havia. Comida: o mais baratinho que havia. Não comprei nada.

 

Ao perguntar-lhe se cantou, quero chegar ao seguinte ponto: quando é que o que viveu esse ano, essa em quem se transformou, apareceu na sua forma de cantar?

Muita gente me disse que eu estava a cantar de modo diferente, quando cheguei. Eu não conseguia identificar. A intenção, a vontade de cantar, era a mesma. Mas o que saia era diferente. Realmente fiquei diferente. Estou ainda a tirar sumo daquela experiência. E tento aprisionar o mais possível tudo o que conquistei nessa viagem. Não quero perder essa liberdade de me dar aos outros. Rapidamente recuperei vícios. Há uns que me custa reconhecer.

 

Em que é que está a pensar?

No egoísmo com que às vezes vivo. Certos sentimentos que sentimos e não gostamos de sentir. Entrar em mesquinhices porque não se está aberto para o essencial. Quando estamos muito perto, temos atitudes possessivas, estranguladoras. Não gosto disso. É uma luta constante em mim.

 

O catolicismo é central na sua vida?

Sim. Mais do que o catolicismo: a Fé. Tenho Fé. Mais importante do que a religião que tenho, é Deus. É um braço meu. É tão natural como respirar. Depois, toda a prática está lá. Quando se está do outro lado do mundo, (na China há muito poucas igrejas), tenho sempre comigo Deus. E rezo.

 

Nunca se sentiu desamparada?

Não. E é assim desde sempre. É uma dádiva. Não tenho mérito nisto: foi Deus que quis que eu fosse próxima dele.

 

Como foi a sua infância feliz?

Nasci em Lisboa, sou a mais nova de quatro irmãos, e com três anos fui viver para o Algarve. Vivemos numa aldeia ao pé da Serra. Paderne. Perto de Boliqueime. Vivi uma infância despreocupada.

 

Foi importante? Ter vivido num espaço menos ameaçado do que são as cidades hoje em dia. Em Lisboa brinca-se menos da rua.

Não é um pormenor insignificante. O que mais me ocorre: são pessoas diferentes. Até à quarta classe, aprendi a dar-me com todo o tipo de pessoas. Frequentei uma escola internacional em Vilamoura. Tinha estrangeiros, algarvios, lisboetas. [pausa] O sonho dos meus irmãos era ter um café! (Os colegas tinham todos um café). Para poderem beber Coca-Cola quando queriam e comer gomas à vontade. Os outros meninos achavam que nós éramos pobrezinhos, porque estávamos sempre com os mesmos calções. Herdávamos a roupa uns dos outros. O meu irmão herdou calções de ganga de todos os primos.

 

E no seu caso?

Tinha uns vestidos que picavam, mas até tinha roupas giras. Uma coisa que tenho da minha infância: sempre me destaquei por alguma coisa. Por causa disso, ficava mais sozinha. Ouvia imensa música. Chorei a morte do Freddy Mercury com sete anos! Fui para um cantinho do jardim chorar! É o episódio mais hilariante da minha vida! Aquele que pode ser contado, um dia, nas biografias quando eu for uma grande estrela! [risos] A minha irmã tinha mais seis anos do que eu, e os rapazes tinham as brincadeiras deles; eu aprendi a brincar sozinha. Aprendi a confiar no meu gosto.

 

O que é que ouvia?

Fado. A minha mãe é fadista. Ouvia Amália, Marceneiro, Maria Teresa de Noronha. Ouvia Queen, REM, Simon and Garfunkel. E música clássica. Depois da quarta classe, vim para Lisboa. Fui para as Escravas, um colégio de freiras. As minhas amigas não achavam piada ao fado. Houve ali uma fase em que escondi que gostava de cantar…

 

Como é que começou a cantar?

Cantávamos todos, no carro. Para não discutir, para não andarmos à batatada. Cantávamos tudo. O meu pai e a minha mãe abriram uma casa de fados, o Embuçado. Ia com a minha mãe fazer as compras, ia à tarde estar com o pessoal, bisbilhotar em tudo. Um dia, a minha mãe foi convidada para um concerto de beneficência; perguntaram se os artistas tinham um filho que quisesse cantar. “Querem cantar um fado?”, “Não, nós não queremos”. Eu quis.

 

É a tal coisa que está agora no youtube…

É. A primeira vez que cantei em público, para alguém que não os meus pais e os meus irmãos, foi no Coliseu dos Recreios, para uma sala a abarrotar!

 

Com medo?

Não, com inconsciência. Ia com umas sabrinas com os pés todos encarquilhados. Estavam apertadas. Estava furiosa porque ia com uma saia aos folhos… Era naquela idade em que não se é nem carne nem peixe, nem menina nem mulher. Eu queria usar saltos altos e alcinhas. Graças a Deus a minha mãe teve bom senso. Na altura odiei, mas agora acho querido. Ia ser ridículo ver-me com 12 anos e vestida de Marilyn Monroe.

 

Cantar em público: teve continuidade?

Passei a ser uma espécie de mascote. Acompanhei a minha mãe em sessões de fado em paróquias, acções de beneficência, jantares de amigos. Adorava! Ao fim de semana ia ao Embuçado e de vez em quando cantava. Ouvia os outros fadistas. Estava lá a Beatriz da Conceição, a Celeste Rodrigues. Foi ali que conheci a Amália. Comecei a apaixonar-me. Os meus irmãos não ligavam nenhuma, e eu estava sempre com a minha mãe, a dormir nos bancos…

 

Nos fadistas que referiu, não está Argentina Santos. Há nela um lado castiço que aparece também na maneira como você canta. Surpreende que esteja mais próxima desta (na maneira de cantar) do que de Maria Teresa de Noronha (do mesmo meio social).

Não referi porque ela não cantava no Embuçado e fui poucas vezes ouvi-la à casa de fados dela [A Parreirinha de Alfama]. Mas admiro-a muito. Esse lado castiço: vem da Beatriz da Conceição. O meio social: quando vim do Algarve, fui para um colégio onde todas as meninas tinham um percurso parecido ao meu. Mas eu falava algarvio e tinha rosetas! Achavam que eu era uma tacanha, e até achavam que eu não era de família.

 

Como é que lidou com isso?

Nunca me interessou. Adoro a minha família porque é a minha família. Só somos aquilo que fizermos e quisermos ser. Nunca procurei, através da minha família, chegar a lado nenhum. Nem senti que o nome Rebelo de Andrade me levaria a algum lado. Só agora me deparo com o facto por me perguntarem sobre a minha “família aristocrática”. “Não acha que chega mais longe por ser filha deste e daquele?”. “Ah é, isso acontece?” E descobri que acontece. Sou muito naïve.

 

Muita gente do meio, tece-lhe rasgados elogios. Do Carlos do Carmo ao Camané. Tem uma máquina de luxo a trabalhar consigo. Com pessoas como o João Pedro Ruela, fundamental no percurso de Mariza, que faz a direcção de produção do seu disco e é seu manager. Ou o cineasta João Botelho que assina os seus vídeo-clips.

Há quem diga que foi estratégico. Não ter querido gravar logo, esperar, criar expectativa nas pessoas. Não foi nada disso.

 

Toda a gente já tinha ouvido falar da Carminho e ainda não havia disco.

Sim. Falava-se e não havia nada. Foi uma escolha inteligente: não pôr o carro à frente dos bois. Eu não estava pronta. O Carlos do Carmo e o Camané viram-me crescer. Ouviram-me crescer. Influenciaram-me directamente. Deram-me muitos conselhos. Têm carinho por uma pessoa que viram crescer. A equipa de luxo: vem da influência desses opinion makers. Foi sorte de percurso, foi destino, foi estar no sítio certo à hora certo.

 

Vive com os seus pais. É curioso pensar na que chega da Mesa de Frades às quatro da manhã e que volta para o seu quarto de adolescente…

[riso] Vivo com os meus pais e vivo muito bem. Os meus pais sempre me deram muita liberdade. Perguntaram-me como é que consegui viajar pelo mundo e voltar ao meu quarto. Sou ainda aquela também. Mas não vou ficar naquele quarto para sempre.

 

Que projectos tem?

Está tudo para acontecer e isso é fabuloso! Vou cantar muito este disco, tenho concertos marcados para 2010. Nunca paro de ler e de procurar repertório, para poder amadurecer nessas coisas. Não quero cantar letras que não entenda, que não falem de mim ou que falem de uma coisa oposta àquela que eu sou. Nesta fase, só consigo cantar aquilo em que acredito, aquilo que sinto, aquilo que reconheço. Aí, consigo ser mais verdadeira.

 

 

Publicado originalmente na Revista Selecções do Reader’s Digest em 2010