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Anabela Mota Ribeiro

Leonor Baldaque (Quest. Proust)

24.08.13

Proust disse que uma necessidade de ser amado e cuidado era a sua característica mais marcante. Mais do que ser admirado. Qual é a sua? 

A procura da liberdade.


Qual é a qualidade que mais aprecia num homem? Proust falou de “charme feminino”... 

A nobreza.


E numa mulher? Ele mencionou “franqueza na amizade” – golpe baixo para as mulheres ou sagaz comentário?  

A leveza, o humor (porque não espero de uma mulher que seja franca).


Ternura, desde que acompanhada de um charme físico..., era o valor mais precioso nas amizades de Proust. E nas suas? 

A lealdade.


Vontade fraca e incapacidade para entender, foi a resposta que deu quando lhe perguntaram qual era o seu principal defeito. Partilha destes defeitos? E que outros pode apontar? 

O tempo que passei, adolescente, a inventar pecados para agradar ao confessor desgostou-me do prazer das introspecções deliciosamente dolorosas.


Qual é a sua ocupação favorita? Amar, disse ele... 

A vida com o P.


Qual é o seu sonho de felicidade? A resposta de Proust é esquiva: não fala de molhar madalenas no chá e diz que não tem coragem de o revelar... Mas que não é grandioso e que se estraga se for posto em palavras. O que é que compõe o seu quadro de felicidade? 

Amor, trabalho, beleza.  


O que é que na sua cabeça seria a maior das desgraças? Proust respondeu, aos 20 anos: “Nunca ter conhecido a minha mãe e a minha avó”. Mas aos 13 respondeu apenas quando lhe perguntaram pela maior dor: “Ser separado da mamã”.  

Que não houvesse mais Verões — nem Invernos.


Quando lhe perguntaram o que é que gostaria de ser, respondeu: “Eu mesmo”, aos 20, e Plínio, o Novo, aos 13. As suas respostas seria diferentes? Quem gostaria de ter sido aos 13 anos? E agora? 

Aos 13, a Emily Brontë ou a Catarina da Rússia. Hoje, eu própria.


Proust gostaria de viver num país onde a ternura e os sentimentos fossem sempre correspondidos. O país onde gostaria de viver existe deveras? Onde fica?  

Contentar-me-ia se Paris fosse à beira-mar.


Quais são os seus escritores preferidos? No momento em que respondeu, Proust lia com especial prazer Anatole France e Pierre Loti. 

Victor Hugo, Virginia Woolf, Shakespeare, Canetti, Sagan… 


E os poetas? Ele mencionou dois, e um deles faz parte das listas eternas: Baudelaire. 

Baudelaire, claro, e Lucano, Victor Hugo, Jouve, Dickinson, Donne, Keats, Blake... 


Qual é o seu herói de ficção preferido? Aos 13 anos, Proust falou de Sócrates e Maomé como figuras históricas de eleição... E aos 20, referindo-se às mulheres, elegeu Cleópatra. 

Orlando (o de Virginia Woolf) e Heathcliff.


Quem é o seu compositor preferido? Aos 13 anos, escreveu Mozart, aos 20 Beethoven, Wagner, Schumann. Mas Proust não podia conhecer Tom Jobim ou Cole Porter... 

A música de câmara de Brahms, os concertos de Rachmaninov para piano e orquestra, o concerto de Elgar para violoncelo e orquestra, e todo o Gainsbourg.


Proust não foi contemporâneo de Rothko. E escolheu Da Vinci e Rembrandt como pintores favoritos. 

Goya, Whistler, Fragonard, Bonnard…


Quem são os seus heróis da vida real? Ele apontou dois professores.  

Spinoza, Nietzsche, Deleuze, cuja vida e obra são indissociáveis. E políticos corajosos, como Jaurès ou Gramsci.


“Das minhas piores qualidades”, respondeu o escritor da “Recherche” quando lhe perguntaram do que gostava menos. E no seu caso? 

A estupidez e a falta de coragem.

 

Que talento natural gostaria de ter? As respostas de Proust são óptimas: “Força de vontade e charme irresistível”!  

Ter voz para cantar ópera.


Como gostaria de morrer? “Um homem melhor do que sou, e mais amado”.  

« Um homem livre não pensa na morte » (Spinoza)


Qual é o seu actual estado de espírito? “Aborrecido. Por ter que pensar acerca de mim mesmo para responder a este questionário”. Traz-lhe aborrecimento pensar em quem?

Bush, Sarkozy.


Por fim, preferiu não responder qual era o seu lema, temendo que isso lhe trouxesse má sorte... É supersticioso como Proust? O que é que o faz correr? 

Sou, mas não como Proust  — um dos meus lemas é de Virgílio, « não seguir as facilidades menores ».

 

 

 

Publicado originalmente no Jornal de Negócios no Verão de 2010

Richard Zimler (Quest. Proust)

23.08.13

Proust disse que uma necessidade de ser amado e cuidado era a sua característica mais marcante. Mais do que ser admirado. Qual é a sua?

 

   A necessidade de amar e ser amado 

 

Qual é a qualidade que mais aprecia num homem? Proust falou de “charme feminino”...

 

   Sensibilidade   

 

E numa mulher? Ele mencionou “franqueza na amizade” – golpe baixo para as mulheres ou sagaz comentário?

 

   Solidariedade 

 

Ternura, desde que acompanhada de um charme físico..., era o valor mais precioso nas amizades de Proust. E nas suas?

 

  Confiança e solidariedade

 

Vontade fraca e incapacidade para entender, foi a resposta que deu quando lhe perguntaram qual era o seu principal defeito. Partilha destes defeitos? E que outros pode apontar?

 

  Ingenuidade e uma tendência para ficar ansioso.  

 

Qual é a sua ocupação favorita? Amar, disse ele...

 

  Escrever e fazer festinhas

 

Qual é o seu sonho de felicidade? A resposta de Proust é esquiva: não fala de molhar madalenas no chá e diz que não tem coragem de o revelar... Mas que não é grandioso e que se estraga se for posto em palavras. O que é que compõe o seu quadro de felicidade?

 

   Sentir que estou precisamente no sítio onde quero estar

 

O que é que na sua cabeça seria a maior das desgraças? Proust respondeu, aos 20 anos: “Nunca ter conhecido a minha mãe e a minha avó”. Mas aos 13 respondeu apenas quando lhe perguntaram pela maior dor: “Ser separado da mamã”.

 

  Não realizar (ou pelo menos tentar realizar) as minhas potencialidades.

 

Quando lhe perguntaram o que é que gostaria de ser, respondeu: “Eu mesmo”, aos 20, e Plínio, o Novo, aos 13. As suas respostas seria diferentes? Quem gostaria de ter sido aos 13 anos? E agora?

 

   Aos 13 anos queria ser o Dr. J (vedeta de basketball).  Agora, quero escrever bons  

   livros e estar com o Alex.

 

Proust gostaria de viver num país onde a ternura e os sentimentos fossem sempre correspondidos. O país onde gostaria de viver existe deveras? Onde fica?

 

   Demasiada harmonia nas emoções seria muito aborrecido. O meu país é o pequeno mundo da minha escrita e das minhas relações com o Alex e os meus outros amigos.   

 

Quais são os seus escritores preferidos? No momento em que respondeu, Proust lia com especial prazer Anatole France e Pierre Loti.

 

   Não tenho um favorito.  Adoro William Faulker, William Maxwell, Erich Maria

   Remarque, Gershom Scholem, Henry Miller, Doris Lessing e muitos outros. 

 

E os poetas? Ele mencionou dois, e um deles faz parte das listas eternas: Baudelaire.

 

   Poe, Rilke, Shakespeare, Thomas Campion, Al Berto e muitos outros.

 

Qual é o seu herói de ficção preferido? Aos 13 anos, Proust falou de Sócrates e Maomé como figuras históricas de eleição... E aos 20, referindo-se às mulheres, elegeu Cleópatra.

 

   Scout, a menina do “To Kill a Mockingbird”. 

 

Quem é o seu compositor preferido? Aos 13 anos, escreveu Mozart, aos 20 Beethoven, Wagner, Schumann. Mas Proust não podia conhecer Tom Jobim ou Cole Porter...

 

   J.S. Bach, Beethoven, Handel, Lennon e McCartney, Pete Townshend, Cole Porter,  

   George Gershwin e muitos outros. 

 

Proust não foi contemporâneo de Rothko. E escolheu Da Vinci e Rembrandt como pintores favoritos.

 

   Goya, Ribera, Kokoschka, Rembrandt, Dix, Rouault, Giotto...

 

Quem são os seus heróis da vida real? Ele apontou dois professores.

 

   Nelson Mandela, Mahatma Gandhi; Muhammed Ali, The Beatles, Goya...

 

“Das minhas piores qualidades”, respondeu o escritor da “Recherche” quando lhe perguntaram do que gostava menos. E no seu caso?

 

   A falta da justiça no mundo.

 

Que talento natural gostaria de ter? As respostas de Proust são óptimas: “Força de vontade e charme irresistível”!

 

   Uma voz espectacular!

 

Como gostaria de morrer? “Um homem melhor do que sou, e mais amado”.

 

   Com paz e amor (e num processo muito rápido!).

 

Qual é o seu actual estado de espírito? “Aborrecido. Por ter que pensar acerca de mim mesmo para responder a este questionário”. Pensar em quem é traz-lhe aborrecimento?

 

   Tenho altos e baixos (é o meu feitio). 

 

Por fim, preferiu não responder qual era o seu lema, temendo que isso lhe trouxesse má sorte... É supersticioso como Proust? O que é que o faz correr?

 

   Não sou supersticioso. A paixão faz-me correr (paixão pela escrita, pelo mundo,   

   pelos meus amigos...). 

 

 

Publicado originalmente no Jornal de Negócios no Verão de 2010

 

Teresa Villaverde (Quest. Proust)

22.08.13

Proust disse que uma necessidade de ser amado e cuidado era a sua característica mais marcante. Mais do que ser admirado. Qual é a sua?

 

A admiração é uma coisa que nos isola e separa dos outros; sabe muito melhor ser amada, claro. Mas preciso mil vezes mais de amar do que de ser amada. Aprende-se com a vida que amar é o que vale mesmo.

 

Qual é a qualidade que mais aprecia num homem? Proust falou de “charme feminino”...

 

Coragem, loucura, seriedade e bondade, tudo no mesmo pote. E já vi que existe. E não me esqueci.

 

E numa mulher? Ele mencionou “franqueza na amizade” – golpe baixo para as mulheres ou sagaz comentário?

 

A amizade é um bem fundamental e é sempre franca. Vejo a amizade como uma coisa aberta, limpa. O que mais aprecio numa mulher é o mesmo que aprecio num homem.

 

Ternura, desde que acompanhada de um charme físico..., era o valor mais precioso nas amizades de Proust. E nas suas?

 

Sei que ternura é uma coisa bonita, mas nunca gostei muito da palavra. Parece-me uma coisa antiga. Eles tinham muita ternura um pelo outro, olhavam-se com muita ternura...

No dia em que me sentir olhada com ternura, preocupo-me. Acho impossível manter uma amizade com alguém com um sentido de humor muito distante do meu. Acho mesmo que o sentido de humor é o que segura uma amizade.

 

Vontade fraca e incapacidade para entender, foi a resposta que deu quando lhe perguntaram qual era o seu principal defeito. Partilha destes defeitos? E que outros pode apontar?

 

Não partilho. Sou teimosa a um ponto que até a mim me cansa… Tenho o defeito de me fechar a sete chaves e de abrir a porta fora de horas, quando adormeceram todos. E depois, protesto. E sou capaz de ser insuportável.

 

Qual é a sua ocupação favorita? Amar, disse ele...

 

Amar, filmar, e dormir.

 

Qual é o seu sonho de felicidade? A resposta de Proust é esquiva: não fala de molhar madalenas no chá e diz que não tem coragem de o revelar... Mas que não é grandioso e que se estraga se for posto em palavras. O que é que compõe o seu quadro de felicidade?

 

Poder sempre trabalhar. Ter dinheiro para viver razoavelmente. E poder fazer declarações de amor à hora que me apetecer, e ter sempre a quem.

 

O que é que na sua cabeça seria a maior das desgraças? Proust respondeu, aos 20 anos: “Nunca ter conhecido a minha mãe e a minha avó”. Mas aos 13 respondeu apenas quando lhe perguntaram pela maior dor: “Ser separado da mamã”.

 

Ver alguma coisa horrível a acontecer a alguém que eu adore e não poder fazer nada.

 

Quando lhe perguntaram o que é que gostaria de ser, respondeu: “Eu mesmo”, aos 20, e Plínio, o Novo, aos 13. As suas respostas seria diferentes? Quem gostaria de ter sido aos 13 anos? E agora?

 

Não me zanguei ainda comigo. Aliás, dou-me muito melhor comigo agora do que me dava aos 13, ou aos 20.

 

Proust gostaria de viver num país onde a ternura e os sentimentos fossem sempre correspondidos. O país onde gostaria de viver existe deveras? Onde fica?

 

Gostava muito de viver num país onde as pessoas não tivessem medo de viver. Onde houvesse a consciência do tamanho do Universo. E onde as pessoas não se atropelassem umas às outras. Esse país existe, pontualmente, em algumas pessoas com quem nos cruzamos. É um país que ainda anda por aí.

 

Quais são os seus escritores preferidos? No momento em que respondeu, Proust lia com especial prazer Anatole France e Pierre Loti.

 

Quando era pequena pensei: se ler o Tolstoi e o Homero, vou poder depois fazer cinema. Não sei porque foi assim, mas foi assim que aconteceu.

Comecei a ler com eles. Gostava de nomear escritores menos bombásticos, escritores até mais frágeis, (adoro também a fragilidade), mas quando preciso de força, vou à procura dos fortes.

 

E os poetas? Ele mencionou dois, e um deles faz parte das listas eternas: Baudelaire.

 

Ler poesia e respirar, é um bocado a mesma coisa. Os meus poetas são parecidos com a respiração. É quase obsceno estabelecer hierarquias. Não sei fazer isso.

 

Qual é o seu herói de ficção preferido? Aos 13 anos, Proust falou de Sócrates e Maomé como figuras históricas de eleição... E aos 20, referindo-se às mulheres, elegeu Cleópatra.

 

Sou devota do Lord Nelson, metade figura histórica, metade ficção. Fiquei muito comovida quando vi no museu da marinha em Londres o uniforme com que morreu, tão pequenino.

 

Quem é o seu compositor preferido? Aos 13 anos, escreveu Mozart, aos 20 Beethoven, Wagner, Schumann. Mas Proust não podia conhecer Tom Jobim ou Cole Porter...

 

Bach, sem hesitação.

 

Proust não foi contemporâneo de Rothko. E escolheu Da Vinci e Rembrandt como pintores favoritos.

 

Como cineasta, tenho que me lembrar sempre dos ensinamentos de Rembrandt. A abertura do meu próximo filme é roubada do Rembrandt com intrusões do Caravaggio. Temos fases.

 

Quem são os seus heróis da vida real? Ele apontou dois professores.

 

A minha avó Ofélia, que foi avó de muito mais gente do que só dos seus netos. Gosto de pensar que um dia vou ter netos e que vou saber estar à altura da minha avó.

 

“Das minhas piores qualidades”, respondeu o escritor da “Recherche” quando lhe perguntaram do que gostava menos. E no seu caso?

 

Preciso aprender a arrumar os meus papéis. Não sei lidar com a papelada ligada à vida real, e foram muitos anos assim. É grave.

 

Que talento natural gostaria de ter? As respostas de Proust são óptimas: “Força de vontade e charme irresistível”!

 

Gostava de ser, naturalmente, sem esforço, sem pensar, uma fantástica desportista.

 

Como gostaria de morrer? “Um homem melhor do que sou, e mais amado”.

 

Velha, mas em forma. E sem fazer já falta a ninguém.

 

Qual é o seu actual estado de espírito? “Aborrecido. Por ter que pensar acerca de mim mesmo para responder a este questionário”. Pensar em quem é traz-lhe aborrecimento?

 

Diverti-me a responder ao questionário. Não penso em quem sou, sou mais de pensar nas coisas que quero fazer. Neste momento estou expectante, estou à espera da luz verde para dizer a palavra que mais calma me dá: acção.

 

Proust era condescendente em relação às faltas que conseguia compreender. Quais são aquelas que irreleva?

 

Sou muito de perdoar. Não tolero abusos de poder, e maus tratos sobre os mais fracos.

Tudo o resto, deixo passar. Pode não ser logo logo, mas acabo sempre por deixar passar.

 

Por fim, preferiu não responder qual era o seu lema, temendo que isso lhe trouxesse má sorte... É supersticioso como Proust? O que é que o faz correr?

 

Sou supersticiosa, sim. E nem que fosse só porque ele não respondeu, eu também não respondo. Deus me livre de responder.

 

 

Publicado originalmente no Jornal de Negócios no Verão de 2010

 

 

 

Pedro Burmester (Quest. Proust)

21.08.13

Proust disse que uma necessidade de ser amado e cuidado era a sua característica mais marcante. Mais do que ser admirado. Qual é a sua?

 

Não consigo eleger. Sou generoso mas sou egoísta, sou atento mas estou quase sempre distraído…

 

Qual é a qualidade que mais aprecia num homem? Proust falou de “charme feminino”...

 

Num homem ou numa mulher aprecio a inteligência. E o corpo.

 

E numa mulher? Ele mencionou “franqueza na amizade” – golpe baixo para as mulheres ou sagaz comentário?

 

Ver resposta anterior.

 

Ternura, desde que acompanhada de um charme físico..., era o valor mais precioso nas amizades de Proust. E nas suas?

 

Generosidade.

 

Vontade fraca e incapacidade para entender, foi a resposta que deu quando lhe perguntaram qual era o seu principal defeito. Partilha destes defeitos? E que outros pode apontar?

 

Gula e preguiça.

 

 

Qual é a sua ocupação favorita? Amar, disse ele...

 

Inteiramente de acordo.

 

Qual é o seu sonho de felicidade? A resposta de Proust é esquiva: não fala de molhar madalenas no chá e diz que não tem coragem de o revelar... Mas que não é grandioso e que se estraga se for posto em palavras. O que é que compõe o seu quadro de felicidade?

 

Gostar de mim e nunca ter consciência desse facto.

 

O que é que na sua cabeça seria a maior das desgraças? Proust respondeu, aos 20 anos: “Nunca ter conhecido a minha mãe e a minha avó”. Mas aos 13 respondeu apenas quando lhe perguntaram pela maior dor: “Ser separado da mamã”.

 

Como me parece evidente, a morte de um filho.

 

Quando lhe perguntaram o que é que gostaria de ser, respondeu: “Eu mesmo”, aos 20, e Plínio, o Novo, aos 13. As suas respostas seria diferentes? Quem gostaria de ter sido aos 13 anos? E agora?

 

Aos 13 gostava de ser Jesus Cristo, agora só me resta ser eu próprio.

 

Proust gostaria de viver num país onde a ternura e os sentimentos fossem sempre correspondidos. O país onde gostaria de viver existe deveras? Onde fica?

 

Gostava de viver num país que provasse que o capitalismo não faz qualquer sentido.

 

Quais são os seus escritores preferidos? No momento em que respondeu, Proust lia com especial prazer Anatole France e Pierre Loti.

 

Ainda não sei. Mas talvez Shakespeare.

 

E os poetas? Ele mencionou dois, e um deles faz parte das listas eternas: Baudelaire.

 

Acho Pessoa e Camões praticamente imbatíveis.

 

Qual é o seu herói de ficção preferido? Aos 13 anos, Proust falou de Sócrates e Maomé como figuras históricas de eleição... E aos 20, referindo-se às mulheres, elegeu Cleópatra.

 

Cristo, Ghandi, Mandela, não são personagens de ficção, pois não?

 

Quem é o seu compositor preferido? Aos 13 anos, escreveu Mozart, aos 20 Beethoven, Wagner, Schumann. Mas Proust não podia conhecer Tom Jobim ou Cole Porter...

 

Bach.

 

Proust não foi contemporâneo de Rothko. E escolheu Da Vinci e Rembrandt como pintores favoritos.

 

Da Vinci e Rembrandt eram de facto pintores. Também estou de acordo.

 

Quem são os seus heróis da vida real? Ele apontou dois professores.

 

Todos os que conseguem ser felizes e amar em condições extremas.

 

“Das minhas piores qualidades”, respondeu o escritor da “Recherche” quando lhe perguntaram do que gostava menos. E no seu caso?

 

Do poder do dinheiro.

 

Que talento natural gostaria de ter? As respostas de Proust são óptimas: “Força de vontade e charme irresistível”!

 

Voar, embora só seja um talento natural dos pássaros.

 

Como gostaria de morrer? “Um homem melhor do que sou, e mais amado”.

 

Tranquilo.

 

Qual é o seu actual estado de espírito? “Aborrecido. Por ter que pensar acerca de mim mesmo para responder a este questionário”. Pensar em quem é traz-lhe aborrecimento?

 

Sim.

 

Proust era condescendente em relação às faltas que conseguia compreender. Quais são aquelas que irreleva?

 

Todas.

 

Por fim, preferiu não responder qual era o seu lema, temendo que isso lhe trouxesse má sorte... É supersticioso como Proust? O que é que o faz correr?

 

A minha mulher.

 

 

Publicado originalmente no Jornal de Negócios no Verão de 2010

Inês Pedrosa (Quest. Proust)

20.08.13

Proust disse que uma necessidade de ser amado e cuidado era a sua característica mais marcante. Mais do que ser admirado. Qual é a sua?

 

A necessidade de amar admiravelmente.

 

Qual é a qualidade que mais aprecia num homem? Proust falou de “charme feminino”...

 

Esse grau superior da inteligência a que se chama bondade.

 

E numa mulher? Ele mencionou “franqueza na amizade” – golpe baixo para as mulheres ou sagaz comentário?

 

Esse grau superior da inteligência a que se chama bondade.

 

Ternura, desde que acompanhada de um charme físico..., era o valor mais precioso nas amizades de Proust. E nas suas?

 

Verdade constante.

 

Vontade fraca e incapacidade para entender, foi a resposta que deu quando lhe perguntaram qual era o seu principal defeito. Partilha destes defeitos? E que outros pode apontar?

 

Não, credo! Os mais visíveis são: impaciência, irascibilidade, total intolerância para com a cobardia.

 

Qual é a sua ocupação favorita? Amar, disse ele...

 

Viver.

 

Qual é o seu sonho de felicidade? A resposta de Proust é esquiva: não fala de molhar madalenas no chá e diz que não tem coragem de o revelar... Mas que não é grandioso e que se estraga se for posto em palavras. O que é que compõe o seu quadro de felicidade?

 

Não vejo a felicidade como um quadro, mas como uma dança. Vai variando consoante a música.

 

O que é que na sua cabeça seria a maior das desgraças? Proust respondeu, aos 20 anos: “Nunca ter conhecido a minha mãe e a minha avó”. Mas aos 13 respondeu apenas quando lhe perguntaram pela maior dor: “Ser separado da mamã”.

 

A morte ou a incapacitação das pessoas que amo.

 

Quando lhe perguntaram o que é que gostaria de ser, respondeu: “Eu mesmo”, aos 20, e Plínio, o Novo, aos 13. As suas respostas seria diferentes? Quem gostaria de ter sido aos 13 anos? E agora?

 

Eu mesma, mas melhor. Aos 13 anos, como agora.

 

Proust gostaria de viver num país onde a ternura e os sentimentos fossem sempre correspondidos. O país onde gostaria de viver existe deveras? Onde fica?

 

Existe. Fica no hemisfério sul. Chama-se Brasil.

 

Quais são os seus escritores preferidos? No momento em que respondeu, Proust lia com especial prazer Anatole France e Pierre Loti.

 

Agustina Bessa-Luís e Fernando Savater.

 

E os poetas? Ele mencionou dois, e um deles faz parte das listas eternas: Baudelaire.

 

Luís de Camões, Sophia de Mello Breyner e Fernando Pinto do Amaral.

 

Qual é o seu herói de ficção preferido? Aos 13 anos, Proust falou de Sócrates e Maomé como figuras históricas de eleição... E aos 20, referindo-se às mulheres, elegeu Cleópatra.

 

Orlando, de Virginia Woolf.

 

Quem é o seu compositor preferido? Aos 13 anos, escreveu Mozart, aos 20 Beethoven, Wagner, Schumann. Mas Proust não podia conhecer Tom Jobim ou Cole Porter...

 

Mozart e Caetano Veloso.

 

Proust não foi contemporâneo de Rothko. E escolheu Da Vinci e Rembrandt como pintores

favoritos.

 

El Greco e Paula Rego.

 

Quem são os seus heróis da vida real? Ele apontou dois professores.

 

Mikail Gorbatchov, Nelson Mandela, Íngrid Betancourt.

 

“Das minhas piores qualidades”, respondeu o escritor da “Recherche” quando lhe perguntaram do que gostava menos. E no seu caso?

 

Da ingratidão e da subserviência.

 

Que talento natural gostaria de ter? As respostas de Proust são óptimas: “Força de vontade e charme irresistível”!

 

A voz de Amália e a beleza de Nicole Kidman.

 

Como gostaria de morrer? “Um homem melhor do que sou, e mais amado”.

 

Gostaria, simplesmente, de não morrer.

 

Qual é o seu actual estado de espírito? “Aborrecido. Por ter que pensar acerca de mim mesmo para responder a este questionário”. Pensar em quem é traz-lhe aborrecimento?

 

Não; não me lembro de alguma vez estar aborrecida. O que às vezes é cansativo.

 

Proust era condescendente em relação às faltas que conseguia compreender. Quais são aquelas que irreleva?

 

As que se cometem por amor.

 

Por fim, preferiu não responder qual era o seu lema, temendo que isso lhe trouxesse má sorte... É supersticioso como Proust? O que é que o faz correr?

 

A impossível perfeição.

 

 

Publicado originalmente no Jornal de Negócios no Verão de 2010

 

José António Tenente (Quest. Proust)

19.08.13

Proust disse que uma necessidade de ser amado e cuidado era a sua característica mais marcante. Mais do que ser admirado. Qual é a sua?

Vou distribuir um questionário para chegar a essa conclusão...

 

 Qual é a qualidade que mais aprecia num homem? Proust falou de "charme feminino"...

Verticalidade, sensibilidade e bom senso.

 

E numa mulher? Ele mencionou "franqueza na amizade" – golpe baixo para as mulheres ou sagaz comentário?

As mesmas. Porque haveriam de diferir?

  

Ternura, desde que acompanhada de um charme físico..., era o valor mais precioso nas amizades de Proust. E nas suas?

Verdade, afecto e humor.

 

Vontade fraca e incapacidade para entender, foi a resposta que deu quando lhe perguntaram qual era o seu principal defeito. Partilha destes defeitos? E que outros pode apontar?

Pois a minha vontade também não é muito forte, o que faz com que a inércia, a preguiça e defeitos do género persistam em incomodar-me.

 

Qual é a sua ocupação favorita? Amar, disse ele...

A minha. Para além dessa, que me parece uma excelente resposta e ocupação, seria conhecer verdadeiramente o mundo.

 

Qual é o seu sonho de felicidade? A resposta de Proust é esquiva: não fala de molhar madalenas no chá e diz que não tem coragem de o revelar... Mas que não é grandioso e que se estraga se for posto em palavras. O que é que compõe o seu quadro de felicidade?

Amor, contemplar um mar tranquilo, dias na praia, sentir a felicidade nos outros.

 

O que é que na sua cabeça seria a maior das desgraças? Proust respondeu, aos 20 anos: "Nunca ter conhecido a minha mãe e a minha avó". Mas aos 13 respondeu apenas quando lhe perguntaram pela maior dor: "Ser separado da mamã".

Não gosto muito de hierarquizar desgraças. Há tantas que podem ser tão dolorosas que não gosto de pensar nisso.

  

Quando lhe perguntaram o que é que gostaria de ser, respondeu: "Eu mesmo", aos 20, e Plínio, o Novo, aos 13. As suas respostas seriam diferentes? Quem gostaria de ter sido aos 13 anos? E agora?

Um miúdo muito mais aventureiro e extrovertido. E agora mantém-se a ‘ambição’ com a diferença de ser um ‘miúdo’ mais ‘crescido’.

 

 Proust gostaria de viver num país onde a ternura e os sentimentos fossem sempre correspondidos. O país onde gostaria de viver existe deveras? Onde fica?

Sou muito perfeccionista e por isso encontro muitos defeitos em todo o lado. O problema maior é o que nós, Homens, fazemos dos países. Sem isso, qualquer poderia ser ideal.      

 

Quais são os seus escritores preferidos? No momento em que respondeu, Proust lia com especial prazer Anatole France e Pierre Loti.

Variam conforme as fases da vida e mesmo dos dias. Shakespeare, Eça, Oscar Wilde, Ian McEwan…

 

E os poetas? Ele mencionou dois, e um deles faz parte das listas eternas: Baudelaire

Não gosto de poesia. Pois, é um defeito do qual me esqueci há pouco.

 

Qual é o seu herói de ficção preferido? Aos 13 anos, Proust falou de Sócrates e Maomé como figuras históricas de eleição... E aos 20, referindo-se às mulheres, elegeu Cleópatra.

Faz o ‘bem sem olhar a quem’, combate a corrupção, vê e ouve para lá do real… É O Super-Homem!!! (apesar de não gostar muito do outfit)

 

Quem é o seu compositor preferido? Aos 13 anos, escreveu Mozart, aos 20 Beethoven, Wagner, Schumann. Mas Proust não podia conhecer Tom Jobim ou Cole Porter...

Esta, para mim, é sempre das questões mais complicadas. Imagino-me perante uma ‘catástrofe’ a ter que decidir salvar apenas um entre BACH, VIVALDI, CALDARA, HANDEL, MOZART, etc… Não sei se eu me salvaria…

 

Proust não foi contemporâneo de Rothko. E escolheu Da Vinci e Rembrandt como pintores favoritos.

Eu também passo bem sem Rothko. A renascença italiana, a pintura inglesa do séc.XVIII ou a escola flamenga do séc XVII, chegam-me.

 

Quem são os seus heróis da vida real? Ele apontou dois professores.

Os meus são aquelas pessoas que sabem na hora qual o seu ideal de felicidade e o perseguem.

 

"Das minhas piores qualidades", respondeu o escritor da "Recherche" quando lhe perguntaram do que gostava menos. E no seu caso?

De não ter a ‘vontade forte’ para tirar a carta de condução.

 

Que talento natural gostaria de ter? As respostas de Proust são óptimas: "Força de vontade e charme irresistível"!

Sem dúvida o musical.

 

Como gostaria de morrer? "Um homem melhor do que sou, e mais amado".

Com estas respostas, o que acrescentar?... No entanto, neste caso até retiraria o mais amado (tenho muita sorte). Ficaria muito feliz se conseguisse ter a consciência de que melhorei.

 

Qual é o seu actual estado de espírito? "Aborrecido. Por ter que pensar acerca de mim mesmo para responder a este questionário". Pensar em quem é traz-lhe aborrecimento?

Confesso que algum, mas por outro lado é bom obrigarmo-nos (ou obrigarem-nos) a isso de vez em quando. Adiciona-nos perspectiva.

 

Proust era condescendente em relação às faltas que conseguia compreender. Quais são aquelas que irreleva?

A mentira e as faltas de educação e de profissionalismo.

 

Por fim, preferiu não responder qual era o seu lema, temendo que isso lhe trouxesse má sorte... É supersticioso como Proust? O que é que o faz correr?

Não sou supersticioso e corro pouco, o que aliás, com a idade, me está a preocupar…

 

 

Publicado originalmente no Jornal de Negócios no Verão de 2010

 

 

 

Guta Moura Guedes (Quest. Proust)

18.08.13

Proust disse que uma necessidade de ser amado e cuidado era a sua característica mais marcante. Mais do que ser admirado. Qual é a sua?

Tenho a dupla necessidade de ser entendida e questionada. Mas a característica mais forte é ser  50% de emoção, 50% de racionalidade e ter uma muito escassa imunidade à maldade.

 

Qual é a qualidade que mais aprecia num homem? Proust falou de “charme feminino”...

Generosidade e ternura. Mas não consigo passar sem a inteligência e sem um forte sentido de humor. E inquietação. Não suporto homens acomodados.

 

E numa mulher? Ele mencionou “franqueza na amizade” – golpe baixo para as mulheres ou sagaz comentário?

Admiro a capacidade de sacrifício e a frieza clínica das mulheres. E  a forma como sentem a vida e como se dão a ela.

 

Ternura, desde que acompanhada de um charme físico..., era o valor mais precioso nas amizades de Proust. E nas suas?

Nas amizades? Sinceridade e fidelidade. Brilho. Presença e constância, mesmo se longe.

 

Vontade fraca e incapacidade para entender, foi a resposta que deu quando lhe perguntaram qual era o seu principal defeito. Partilha destes defeitos? E que outros pode apontar?

Não, esses não são os meus defeitos. Sou impaciente, teimosa e algo irregular. Mas na verdade, não acho estes dois últimos defeitos...

 

Qual é a sua ocupação favorita? Amar, disse ele...

Amar, digo eu.

 

Qual é o seu sonho de felicidade? A resposta de Proust é esquiva: não fala de molhar madalenas no chá e diz que não tem coragem de o revelar... Mas que não é grandioso e que se estraga se for posto em palavras. O que é que compõe o seu quadro de felicidade?

Coisas básicas. Estar viva e estarem vivos os que eu amo. Estarmos bem e de saúde e juntos.

 

O que é que na sua cabeça seria a maior das desgraças? Proust respondeu, aos 20 anos: “Nunca ter conhecido a minha mãe e a minha avó”. Mas aos 13 respondeu apenas quando lhe perguntaram pela maior dor: “Ser separado da mamã”.

Perder os meus filhos.

 

Quando lhe perguntaram o que é que gostaria de ser, respondeu: “Eu mesmo”, aos 20, e Plínio, o Novo, aos 13. As suas respostas seria diferentes? Quem gostaria de ter sido aos 13 anos? E agora?

Eu mesma, sempre.

 

 

 

Proust gostaria de viver num país onde a ternura e os sentimentos fossem sempre correspondidos. O país onde gostaria de viver existe deveras? Onde fica?

Não sei de países perfeitos. Sei de sítios perfeitos porque as pessoas que admiro e gosto estão lá. Sei de outros porque precisamente ninguém está lá, só o espaço, o mar, o verde, a ruas, as portas, as cores, o cheiro.

 

Quais são os seus escritores preferidos? No momento em que respondeu, Proust lia com especial prazer Anatole France e Pierre Loti.

Proust, Lobo Antunes, Faulkner,  Martin Amis, Hemingway, Calvino, Saramago, Steinbeck, Montaigne, Suskind, Roth, Eco, Eça, muitos.

 

E os poetas? Ele mencionou dois, e um deles faz parte das listas eternas: Baudelaire.

Fernando Pessoa e Herberto Hélder

 

Qual é o seu herói de ficção preferido? Aos 13 anos, Proust falou de Sócrates e Maomé como figuras históricas de eleição... E aos 20, referindo-se às mulheres, elegeu Cleópatra.

Não tenho heróis de ficção favoritos. Acredito em momentâneos actos heróicos, não em heróis.

 

Quem é o seu compositor preferido? Aos 13 anos, escreveu Mozart, aos 20 Beethoven, Wagner, Schumann. Mas Proust não podia conhecer Tom Jobim ou Cole Porter...

Bach. Antes, agora e depois.

 

Proust não foi contemporâneo de Rothko. E escolheu Da Vinci e Rembrandt como pintores favoritos.

Agnés Martin, Gerard Richter, Luc Tuymans, Rothko. 

 

Quem são os seus heróis da vida real? Ele apontou dois professores.

Os meus pais.

 

“Das minhas piores qualidades”, respondeu o escritor da “Recherche” quando lhe perguntaram do que gostava menos. E no seu caso?

Mentira, falsidade, segundas intenções, opacidade, mediocridade, umbiguismo, intolerância, egoísmo, escuridão, ambiguidade, crueldade, arrogância, abandono, indecisões, preconceitos, negligência, agressividade, pequenez, moleza e falta de garra.

 

Que talento natural gostaria de ter? As respostas de Proust são óptimas: “Força de vontade e charme irresistível”!

Gostava de ter uma memória fabulosa. Sou uma desgraça, esqueço-me dos nomes, só me lembro das caras, esqueço-me das ruas e das cidades, só me recordo da luz, da temperatura, do som e da comida dos sítios....

 

Como gostaria de morrer? “Um homem melhor do que sou, e mais amado”.

De uma vez só. E melhor do que sou agora.

 

Qual é o seu actual estado de espírito? “Aborrecido. Por ter que pensar acerca de mim mesmo para responder a este questionário”. Pensar em quem é traz-lhe aborrecimento?

Não me custa nada pensar em quem sou. Como estou agora? Curiosa. Esse é um estado de espírito que me acompanha sempre.

 

Proust era condescendente em relação às faltas que conseguia compreender. Quais são aquelas que irreleva?

Orgulho e ciúme.

 

Por fim, preferiu não responder qual era o seu lema, temendo que isso lhe trouxesse má sorte... É supersticioso como Proust? O que é que o faz correr?

Não sou supersticiosa. Faz-me correr o prazer  e a felicidade que tenho em estar viva. 

 

 

Publicado originalmente no Jornal de Negócios no Verão de 2010