António Bagão Félix (2003)
Este ministro vai almoçar a casa todos os dias. Nos almoços da sua infância, a televisão não ocupava o espaço que hoje ocupa. Era uma família tradicional. Comunicava-se através de olhares. Sabiam entre si do afecto que os unia.
Este ministro ocupa um 16º andar na Praça de Londres. Tem uma vista soberba sobre a cidade. As pessoas formigam à sua volta. O seu ministério diz respeito aos dez milhões de portugueses. Ele entende-o como uma missão. Depois, calça as botas e entrega-se à sua paixão, a Botânica, no Alentejo.
António Bagão Félix é o Ministro do Trabalho e Segurança Social. Nasceu em 1948 em Ílhavo.
... Sou um obcecado pelo método, na altura também era. Quando tinha um exame, nunca estudava no dia anterior. Acabava 48 horas antes e ia ao cinema ou jogar futebol. Para decantar a memória.
Decantar a memória é uma óptima expressão. Faz-me pensar nas ampulhetas, pelas quais tem fascínio, na decantação do tempo e das emoções.
Tenho um total fascínio pela memória. É o nosso principal património genético, afectivo, moral. Vergílio Ferreira dizia que «A memória é onde tudo acontece para nos pertencer». Uma espécie de cofre-forte. Por isso tenho especial atracção pelo passado. O presente não existe, porque se esgota no momento em que se diz que é. O futuro assume uma característica religiosa, na medida em que, como pessoa de fé, acredito na vida para além desta vida. O passado é um caleidoscópio de sensações, e alisa as situações. Situações de há 10, 20, 30 anos, que então foram dramáticas, vistas retrospectivamente tem suavidade.
O Tempo, esse grande escultor.
É também uma forma de exercitar a tristeza.
O que quer dizer com isso? Percebo em si esse fio melancólico, mas não sei o que é que o constitui.
Tristeza é um estado de alma que tem uma forma sinfónica, no sentido grego de coabitação entre a maneira de ser e de estar. Não é depressão, amargura, medo. Consegue mais a beleza da vida pela tristeza do que pela euforia. A alegria normalmente é efemera.
E não permite contemplação, é isso?
Não permite contemplação. E não permite alguma resignação. A nossa vida é um confronto contínuo entre a ideia da inquietude e a ideia da resignação.
Deixe-me voltar aos encontros de família. Gostava de saber com quem se moldou assim, de quem herdou essa melancolia.
Isso é claramente transmitido do ADN do meu pai, não da minha mãe. A minha mãe era mais afectuosa, éramos mais cúmplices. Mas o testemunho do meu pai foi muito importante. Em casa resolveu-se bem uma equação dificil: criar liberdade com responsabilidade. Dou-lhe um exemplo: o meu pai fumava bastante, já não fuma, e nunca nos disse para não fumarmos. Eu e os meus irmãos nunca fumámos. Nunca fumei um cigarro na vida.
Não havia sabor a fruto proibido.
Nesse aspecto não. Mas frutos proibidos...
Falaria mais facilmente de frutos proibidos com o seu pai ou com a sua mãe?
Dificilmente falaria sobre essa matéria. Há 40 anos, falar dos tais frutos proibidos... As televisões não suscitavam essas questões. Lia-mos o «Cavaleiro Andante», o jornal desportivo e jogávamos ao berlinde.
Portanto, nem sequer teve as clássicas conversas de pais para filhos...
Era uma questão que não se punha. Havia um biombo natural. Transportei-o para mim, mesmo em relação às minhas filhas. Essa questão, não tenho facilidade em falar-lhes.
Então, quem era o seu cúmplice? Pelo menos até aos 17 anos, porque depois vem para Lisboa e é uma outra vida.
Os meus irmãos, sobretudo o mais velho. Também os meus amigos. A amizade escolar era muito arreigada, profunda. Passados 50 anos alguns desses amigos fazem ainda parte do meu núcleo duro. Hoje, o tempo trucida as amizades. Há sobretudo amizades técnicas, que resultam do encontro no emprego, numa organização.
Havia uma relação de profunda intimidade com esses amigos? Era uma amizade expressa, ou imperava o não dito?
Era uma amizade que estava para além das circunstâncias. Não precisava de ser dita. Era vivida.
O «Manhã Submersa» do Vergílio Ferreira, que é o autor da sua eleição, traduz bem essa amizade.
Tenho um profundo respeito por ele. Pelos seus dramas, as suas buscas, a sua inquietude. Era um agnóstico crente, passe o paradoxo. A «Manhã Submersa» é um livro notável; ando a relê-lo, curiosamente. Traz à luz do dia os temores da nossa infância, os nossos imaginários... Ainda hoje sonho que me falta fazer um exame, que não estudei, que tenho um professor... Depois acordo e fico aliviado, afinal já acabei o curso.
A quem queria mostrar que era um menino organizado, bem comportado?
A mim próprio. Não sei se sabe, ganhei o prémio no Liceu Nacional de Aveiro de melhor carácter. Foi o prémio que mais gostei de ganhar. É o único que tenho emoldurado lá em casa.
O que é para si um bom carácter?
Em abstracto, o bom carácter compagina na perfeição direitos com obrigações. Como sabe são simétricas. Não há direitos sem deveres, não há deveres sem obrigações. O melhor carácter deve tentar contrariar aquilo que é uma tendência natural nas sociedades: uma visão tendencionalmente individualista das coisas. Por isso considero que Gandhi é o grande carácter do sec. XX.
É muito curioso que diga isso, porque não é um católico.
É um religioso. Gandhi exprimiu a perfeição da renúncia. Dizia, aliás, que a renúncia é um modo de vida nobre. O desleixo é um modo de morte. A partir de determinada altura o objectivo não pode ser ter mais; pelo contrário, querer menos. O ter mais gera mais infelicidade; quando se tem mais, a fasquia é cada vez mais alta. O querer menos corresponde à ideia de quietude, de dever cumprido, de paz interior.
Recentemente, numa entrevista a José Tolentino Mendonça, o poeta Tonino Guerra começava por falar de pobreza, um valor que deixou de ser considerado. Guerra considera que o retorno à pobreza, no sentido de despojamento e concentração no que é essencial, é qualquer coisa que é preciso retomar.
Voltando à minha infância: a alegria que eu tinha quando acordava no dia 25 de Dezembro para receber dois chocolates e um pequeno brinquedo... E a dispersão e a insatisfação que têm hoje as crianças quando deparam com dez brinquedos, e estragam nove logo no primeiro dia, e escolhem sempre aquele que tem menos valor material... Acho interessantíssimo. Roberto Benigni, quando recebeu o óscar na academia, agradeceu aos pais por lhe terem dado o maior dom, o da pobreza.
O seu pai era um industrial numa pequena localidade. O senhor pôde viver com relativo desafogo.
Mas com austeridade. A austeridade era intrínseca à vida de então. A oferta digamos que não era muita. E depois, os meus pais ensinaram-me a ética do mérito, da responsabildade. Nada se consegue sem esforço. Tive uma educação religiosa muito intensa. Alguém dizia que a minha vocação era ser padre... Eu andava sempre na igreja.
Sentiu essa vocação?
Não. Estava sempre a confessar-me. Uma vez confessei-me, saí da igreja e discuti com um colega meu, uma coisa qualquer; passados cinco minutos estava outra vez a confessar-me porque achava que tinha cometido um pecado! A fronteira entre pecados mortais e veniais não se pode objectivar. Em meu entender, o pecado depende da intenção, não depende do resultado. Mas vivíamos de modo diferente. O padre era uma autoridade. O professor primário era uma autoridade. Vivíamos num mundo de autoridades.
A austeridade era encontrada em cada um destes polos?
Era. Mas também numa coisa que de certo modo desapareceu: a ideia do exemplo. O exemplo é o elemento fundamental de qualquer autoridade. Séneca dizia que «Longo e penoso é o caminho através de normas e leis, curto e eficaz é através do exemplo».
Falávamos no equilíbrio entre a austeridade e um certo desafogo. Foi com certeza marcante ver meninos à volta a passar fome.
Não notávamos. Não havia o contraste brutal que há hoje. A pobreza é sempre chocante. Mas são sobretudo chocantes os desníveis sociais, a exteriorização patética da riqueza. Éramos todos relativamente pobres. Íamos para a escola com duas pedras quentes embrulhadas em jornal para aquecer as mãos.
Nem os filhos de um industrial tinham luvas?
Não. Não se esqueça que sou do tempo em que não havia plástico. Recordo que aos 12 anos fui ao Porto com o meu pai, parámos em Estarreja e foi a primeira vez que fui a um restaurante. Comemos filetes de pescada. Na minha memória, estavam bem bons. Tenho uma memória de elefante. Sei o que comi com a minha mulher no dia tal, como é que ela estava vestida.
Quando é que a viu pela primeira vez?
21 de Agosto. Como era muito tímido, escrevi-lhe uma carta a dizer que gostava dela. Mas não disse o meu nome. Disse que era o aluno número 64 do sexto ano da alínea G de Económicas. Ela teve de ir à pauta ver quem era.
Fez isso para perceber se ela se dava ao trabalho de ir ver quem era. Se fosse, poderia querer dizer que tinha interesse.
Era isso mesmo. Aos sete anos fui apanhado a escrever uma carta de amor à Judite...
Estou a ver que nunca pensou em ser padre porque desde pequeno havia aí um coração palpitante...
Absolutamente. Tive vários casos platónicos. Tão platónicos que não chegavam a ser verbalizados.
O que é que o fazia reparar nessas raparigas? Para lá da beleza, mais ou menos canónica, há qualquer coisa que as pessoas exalam. Uma inocência, uma jovialidade, uma melancolia.
Citou em último lugar a que é para mim mais cativante. Tem mais a ver comigo.
Ainda não lhe perguntei como descobriu Deus na sua vida. Uma coisa é ter tido uma formação religiosa; outra é a convicção profunda de Deus.
Em termos factuais, com a catequese. Em termos mais profundos, descobri-O, já teenager, como a nossa intimidade absoluta. Tenho os meus tabus e preconceitos, com os outros, com a minha mulher, as minhas filhas, os meus amigos. E tenho comigo próprio. Só me liberto desses tabus quando estou em relação com Deus. Deus significa a minha intimidade absoluta. Madre Teresa de Calcutá dizia que rezar não é falar a Deus, é conseguir que Deus fale connosco.
Presumo que tenha sido uma descoberta solitária.
A minha convicção profunda da existência de Deus foi por mim próprio, sem padres. Foi também através da vida, e até de pessoas que não são católicas – Vergílio Ferreira, Gandhi. A nossa relação com Deus pode-se fortalecer dentro de uma hierarquia organizada, que é a Igreja. Mas o espaço da relação com Deus está para além dessa relação hierárquica.
O senhor tem horror à rotina. Diz que ela é dissolvente das almas e diluente dos comportamentos. Como é que se contraria esta modorra em que as nossas vidas estão habitualmente instaladas? É no individual, para começar?
É uma boa pergunta. Se tivesse a resposta... Volto a Gandhi. O nosso grande desafio é lutar contra os sete pecados sociais: política sem princípios, riqueza sem trabalho, comércio sem moral, educação sem carácter, ciência sem humanidade, prazer sem consciência e religião sem sacrifício. Estão aqui aspectos sociais, comportamentais. Este último é muito interessante. Hoje há a moda do «católico não praticante»; o católico não praticante o que é? É meias tintas, é o descafeinado, é e não é? Praticante não no sentido de ir à missa, mas no sentido de o integrar na sua vida. Sou católico praticante aqui, nesta entrevista.
Tem uma colecção de ampulhetas. A coisa extraordinária é que o tempo escorre em contínuo. Não pode cristalizar um momento.
Tenho a obsessão da exactidão. No tempo, no espaço. A matemática é a única linguagem humana que não tem ruído de fundo. É a abstracção total. Por isso adoro a música rigorosa. No caso dos relógios, das ampulhetas, já reparou que o tempo é o único factor de produção que não é reprodutível? Tenho tanta preocupação com o tempo que não sou pontual! Em vez de ser retardatário, sou adiantado! Chego antes.
O contraste da exactidão...
É o futebol. É um espaço de evasão, onde posso ser mais instintivo, menos cerebral, onde assumo o meu facciosismo, não como doença mas como expressão de saúde. Eu nunca vejo um penalty bem marcado contra o Benfica! O Benfica ganha, por exemplo, ao Marítimo, 2-1; nessa noite, várias vezes acordei e vi outra vez o golo do Nuno Gomes. Fazemos slow motion na nossa cabeça.
Imagino que seja irreconhecível a ver a bola.
Já fui mais. A minha mulher diz que há 20 anos era impossível. Se o Benfica perdia estava cinco horas sem falar com ninguém! Digo normalmente umas asneiras, se estiver em casa, e se for um penalty mal marcado, dou um pontapé no sofá, se for golo atiro-me ao chão.
Esse momento em que se descontrola é de profunda intimidade. Nem todos o podem ver desse modo...
Quando foi o Sporting-Benfica em Alvalade, (o Benfica ganhou 2-0), fui convidado muito gentilmente pela direcção a assistir. Agradeci mas não fui. Disse: «Ou o Sporting ganha, saio com uma cara irreconhecível e digo uns disparates, ou o Benfica marca um golo e tenho de dar um salto e gritar». Ali, tenho de estar institucionalmente, quieto, surdo e mudo. Ir para o futebol para ser igual àquilo que tenho de ser aqui...
É o constrangimento pelo cargo que ocupa?
Não. Continha-me sempre, não é lá pelo cargo. O cargo reforça. Não posso perder a cabeça, chegar lá e chamar uns nomes.
Não pode dar mau exemplo.
Mas tenho a minha tertúlia de futebol. Temos uma associação da qual sou presidente: HABAB, «Honrosa Associação de Benfiquistas Amigos do Benfica». Uma coisa que me irrita é ir para o meio dos sócios e, uma vez contei, 23 segundos depois já estão a dizer mal da equipa! Há uma norma dos estatutos que diz que só muda o presidente quando o Benfica for campeão! Mas há sete anos que ando nisto!
Como é que os seus amigos da tertúlia lhe chamam? António, Bagão, Ministro?
O João Botelho e a Leonor Pinhão chamam-me Tio Tó. [risos] Ao Francisco Cunha Leal chamamos Dr. Chico.
Gosta de ser ministro?
Gosto da missão que estou aqui a desempenhar em nome de valores e convicções em que acredito. Não tenho qualquer interesse em ser ministro. Nem material, nem familiar.
Sei que está a ganhar apenas 20% do que ganhava antes.
Sabia isso no momento em que aceitei. Não faço lamúrias sobre isso. Aceitei, não fui obrigado.
O dinheiro não tem grande importância na sua vida?
Até permitiu coisas muito boas. Por exemplo, ter de optar mais vezes. Sou mais selectivo nos cd’s, nos dvd’s, nos livros. Essa selectividade é um esforço positivo. Permite fazer mais o exercício da renúncia. Tem desvantagens, claro, sobretudo nesta fase em que podia ajudar mais a minha filha... Estou para ser avô, dentro de dias. Vou amanhã para a Grécia, provavelmente a Joana vai nascer enquanto estiver fora... Fico grego!
É o tipo de coisa que realmente o atormenta? Não estar aqui quando nasce a sua primeira neta?
É. Eu não falo muito com as minhas filhas... A mais velha tem 29 anos, é veterinária. Esta tem 26 anos, é publicitária, está casada há dois anos. Os silêncios são muito importantes entre nós. Os olhares. Isto é uma confissão intimista, mas não me importo. Não falo muito, mas elas percebem-me perfeitamente. Elas também são assim. Quando querem dizer que gostam do pai, escrevem, não dizem. A minha filha escreveu-me uma carta que trago sempre comigo. Faz parte da minha pasta.
E se lho dissesse, olhos nos olhos?
Ela tem o meu código genético, é incapaz de dizer. É capaz de o expressar de outra maneira. Escreveu-me no Natal a dizer que tem muito orgulho no pai. Que o pai tem sido o grande exemplo para ela. Eduquei as minhas filhas numa perspectiva de as apoiar nos momentos difíceis, nunca nos momentos fáceis. É raro dar prendas às minhas filhas. Mas quando a mais velha chumbou a uma cadeira para a qual estava muito bem preparada, fui comprar-lhe uma prenda. Uma excelente aguarela. «É nesses momentos que estou ao teu lado».
Escreveu cartas ao seu pai ou à sua mãe? Alguma vez lhes disse que gostava muito deles?
Directamente creio que não. Apenas lhes disse... A morte, a aproximação da morte, é a quebra completa de tabus. Ou, como dizia a Agustina Bessa Luís, «Perto da morte somos todos afectuosos». Não temos barreiras, biombos.
Há uma expressão popular que diz que «Trabalhar é honra». Que comentário é que isto lhe suscita?
Trabalhar é honra porque dignifica a pessoa. É um modo de realização, de valorização, é uma expressão de carácter. «Foi o trabalho que foi feito para o homem e não o homem que foi feito para o trabalho», como diz uma expressão da doutrina social da igreja, que apesar de não se cumprir, funciona como utopia, como farol Há uns que consideram que o trabalho faz parte da santificação. Não quero dar-lhe essa conotação tão de religiosidade, mas dou-lhe uma conotação de humanidade. Ou seja, de dignificação.
Optou pelas Finanças e preteriu Económicas porque preferia qualquer coisa que o pusesse mais em contacto com as pessoas. A Economia é, nesse sentido, mais árida. A noção de fazer obra é entendida como uma missão?
Isto aqui, [Ministério], encaro-o como uma missão. Este Ministério trata das pessoas que trabalham, das que querem trabalhar e não conseguem, das famílias, dos velhos, dos novos, dos 10 milhões de portugueses. Não tem intermediação. Essa ligação directa é, para usar linguagem fellinniana, uma cruz e uma delícia. É uma cruz porque é difícil, porque é impossível satisfazer toda a gente. A política é a arte do compromisso, a arte de gerir recursos escassos perante desejos infinitos. Por outro lado, é uma delícia porque é tratar com as pessoas. Podemos influenciar a vida das famílias, das comunidades.
É mesmo verdade que depois disto quer ir para o Alentejo, «ouvir o seu ser», na sua quinta?
É. Sou um apaixonado pela Botânica, que estudo há 30. Deve ter resultado da frustração de não ser engenheiro agrónomo.
Porque é que não foi para engenharia agrónoma?
O meu pai achou que era melhor ir para Económicas. Na altura aquilo era indiscutível. Considero-me realizado e feliz. Dou graças a Deus e à minha família porque me ajudaram a construir o meu futuro. Mas a minha vocação, nas entranhas da alma, é a agronomia. A minha ida para o Alentejo é fazer mais tarde o que não pude fazer antes. Meter as mãos na terra. Tenho tractor, essa coisa toda. Sei os nomes científicos das plantas, das árvores... Direi que é a minha reforma mínima garantida: o regresso aos meus desejos originários.
Publicada na revista das Selecções do Reader’s Digest, em 2003