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Anabela Mota Ribeiro

Viena

27.12.17

Klimt é um dos pintores mais amados de sempre. Quadros como O Beijo ou a comovedora imagem de uma mãe e do seu filho são ícones reconhecíveis no mundo inteiro. É dele também o Retrato de Adele Bloch-Bauer, vendido em 2006 por 135 milhões de dólares – uma das peças mais caras de sempre.

Nascido em Viena, Klimt é um nome que se aprende a revalorizar na sua cidade. Porquê revalorizar? Porque, por um lado, parece que os seus quadros estão demasiado reproduzidos, gastos, banalizados. Por outro, chega-se a Viena, vê-se de perto a sua técnica, a diversidade de registos e fica-se siderado. É um grande pintor, que felizmente conheceu grande reconhecimento em vida.

A obra está espalhada por diferentes museus e instituições da cidade. Encantatória.

 

Freud é um dos mais famosos vienenses de todos os tempos. O pai da psicanálise vivia no centro da cidade e recebia os seus pacientes em casa. A casa é visitável e tem muito que ver, apesar de parte substancial do espólio ter seguido para Londres onde o famoso médico terminou os seus dias, fugido da perseguição nazi. Através da colaboração da amiga Maria Bonaparte, Freud conseguiu levar consigo o mobiliário (incluindo o famoso divã), a colecção de peças arqueológicas, objectos do dia a dia.

O que há em Viena? Todo o mobiliário da sala de espera, o bengaleiro, um enigmático baú, a bengala, o chapéu à entrada da casa. Estes objectos são doações de Anna, filha dilecta do médico, após a morte do pai, para que a casa-museu de Viena não ficasse completamente destituída da alma de Freud. Há uma outra coisa preciosa: uma série de fotografias gigantes coladas nas paredes que mostram como é que o espaço era ocupado. Por coincidência, pouco antes da mudança, tinham sido tiradas.

O prédio continua a ser um banal prédio de habitação, e ao entrar parece, justamente, que estamos a entrar na casa de uma pessoa que conhecemos, e não num museu ou sequer no espaço de uma pessoa essencial para a compreensão do mundo moderno.

 

Arthur Schnitzler é um escritor enorme, autor de obras como A história de um sonho, adaptada ao cinema por Kubrick no filme De olhos bem fechados (com Tom Cruise e Nicole Kidman). O seu universo coincide em muito com o da cidade. Mas dizer isto é redutor. O seu universo é o da natureza humana, o do inconsciente, o das pulsões sexuais. Freud disse-lhe, a propósito da peça de teatro A Menina Else: “Ficou-me a impressão de que o senhor sabe por intuição – a partir de uma fina auto-observação – tudo o que tenho descoberto em outras pessoas por meio de laborioso trabalho”.

 

Por alguma razão, o cineasta Max Ophuls fez de Viena a cidade dos seus filmes. Quase todos se passam num mundo em transformação, de sentimentos à flor da pele. Um dos mais belos filmes de todos os tempos Carta de uma Desconhecida passa-se em Viena. Mas também A Ronda, que é filmado como se fosse uma valsa. Em Madame de…, há brincos que vão a Viena e voltam. E há os duelos de Liebelei… Todos estão disponíveis em DVD e são obrigatórios para se entender Viena. Persiste na cidade este espírito: o de um mundo que está quase a desaparecer e de outro que se anuncia. Viena está no equilíbrio destes dois mundos, e isso vê-se nas ruas da cidade. Coexiste o lado imperial e a modernidade. O excesso e a compostura. O passado e o futuro.   

 

A Secessão Vienense foi um movimento artístico que começou no final do século XIX e que teve a sua máxima afirmação no começo do século XX. O pintor Klimt foi uma das figuras cimeiras do protesto contra uma sociedade atávica, conservadora nas artes, como Viena era então. O seu estilo Art Noveau – Jugendstil arrasava a pompa e o barroco do passado recente, defendia uma arte mais próxima das formas vivas.

Uma das obras essenciais do colectivo é o museu da Secessão, um edifício branco, com folhas douradas na fachada e na cúpula (parece um planetário), que contrasta brutalmente com o estilo imperial dos edifícios circundantes. É neste espaço que está uma obra belíssima de Klimt: o friso de Beethoven.

O grupo fascinante da Secessão teve diferentes expressões artísticas, e não estava isolado. Freud e a Psicanálise, a filosofia de Wittgenstein, a arquitectura de Otto Wagner, o mobiliário de Hoffman, a literatura de Schnitzler… A pergunta que se impõe é: como foi que tanta coisa aconteceu em Viena em apenas dez anos?

www.secession.at

    

10 coisas a não perder em Viena

1 – Uma instituição vienense, a sacher torte é um sumptuoso bolo de chocolate servido com natas. O original come-se no hotel que lhe dá nome, o Sacher. O ambiente é requintadíssimo. Perfeito às cinco da tarde. Com chá ou champanhe. www.sacher.com

2 – O arquitecto Otto Wagner assinou algumas das obras mais emblemáticas da cidade no início do século XX. Percorrer Viena em busca do trabalho de Otto Wagner pode ser um excelente programa para quem tem paixão pelo belo e pela modernidade. Duas peças, pelo menos, são imperdíveis: os pavilhões/estação de metro e uma célebre fachada de azulejos ornamentada com flores de tons róseos. Fica fora de mão, mas vale mesmo a pena.

3 – As criações do austríaco Helmut Lang. O estilo é urbano, depurado, nos antípodas no italiano vistoso. Um outro conceito de sensualidade. Há duas lojas na cidade. www.helmutlang.com

4 – Passear pelos jardins de Viena. Os jardins contíguos ao Belvedere, antiga casa de campo da família imperial, são de buxo, desenhados com rigor. Mas no centro da cidade há pequenos jardins mais desalinhados. Roseirais encantadores. Árvores de tons belíssimos no Outono.

5 – Ir a Viena e não ir à ópera é um pecado capital. Mesmo para os que não são melómanos. Áustria é a pátria de Mozart (encontrá-lo-á por toda a parte, em toda a espécie de merchandising), e de alguns dos maiores génios da música. Os bilhetes estão frequentemente esgotados, mas é possível comprar lugares de última hora, de pé, por cinco euros. É normal encontrar pessoas de vestido comprido e de smoking. www.wiener-staatsoper.at

6 – Os museus da cidade têm um óptimo acervo (não esquecer que Viena era uma das sedes do império austro-húngaro). Há um bairro inteiro só com museus. Uma vez que está em Viena aproveite para ver pintores austríacos. Dois nomes indispensáveis: Kokoschka e Egon Schiele. 

7 – A confeitaria Demel é, praticamente desde a sua fundação, no século XVIII, uma página de um conto de fadas. É uma sucessão de salas, de paredes forradas a espelho e talha dourada, escolhida pela alta sociedade vienense como espaço de encontro. Os bolos são superlativos (há quem defenda que a pastelaria vienense é inultrapassável). Talvez se coma aqui o melhor apfelstrudel do mundo – sem exageros. www.demel.at

8 – O que são as thonet? São cadeiras de madeira curvada, com assento de palhinha, muito populares no século XIX. O nome deriva do seu criador, o alemão Michael Thonet, que fez na capital austríaca parte substancial da sua carreira. A thonet, fabricada em série e vendida a preços acessíveis, recebeu o cognome de “cadeira de estilo austríaco”. www.thonet.de

9 – A Palmhouse é uma estufa contígua ao palácio Schoenbrunn. O pavilhão de vidro é imenso e abriga diferentes temperaturas e espécies de plantas. O restaurante é altamente recomendável, além de bonito. Conte com palmeiras por todos os lados, paredes de vidro para os jardins, mobiliário moderno, e reze para que o dia esteja bonito.   

www.schoenbrunn.at

10 – Os cafés de Viena são tantos e tão bonitos que o difícil é escolher qual é o nosso. Há o café frequentado pelo filósofo Wittenstein, há o café dos artistas, dos músicos, dos políticos, das pessoas de todos os dias. Os bolos são sempre de cair para o lado. As pessoas juntam-se a discutir e a ler jornais. Sugestão: não repita um. Há sempre um ainda melhor para descobrir.

 

 

Publicado originalmente na revista Máxima. 

 

 

Somos Douro

19.12.17

O Douro é um poema geológico, disse Miguel Torga. Sendo poema, tem um corpo difícil de circunscrever. Douro é o rio e o seu curso? Douro é a delimitação administrativa que abrange um determinado número de municípios? Douro são as pessoas que estão nesta terra e nela fazem vida, as pessoas que nasceram nesta terra? De que falamos quando falamos de Douro em 2017, 16 anos depois de a Unesco ter considerado a região um Património Mundial?

Um lugar é sempre uma identidade (sempre polifónica), uma História (que agrega múltiplos substratos), pessoas, tradição e modernidade, passado e futuro. Sou deste lugar. O Douro sou eu, o Douro somos nós. Sou jovem, somos jovens. O que é ser jovem em 2017, 43 anos depois da instituição da democracia em Portugal, um país envelhecido onde durou a mais velha ditadura da Europa? Talvez ser jovem seja ser livre, sem barreiras cronológicas rígidas, seja ser fruto deste tempo, deste país, deste mundo em metamorfose.

Aceito, honrada, o convite para ser comissária do programa Somos Douro, com o propósito de interpelar este lugar, as suas pessoas, o seu imaginário, e enraizar-me nele mais profundamente. Proponho uma série de iniciativas, agrupadas em alguns verbos nucleares:

Ser / Pertencer, Aprender / Fazer, Descobrir / Partilhar

Eles serão os motores de um programa que gostaria de ver espalhado pelos 19 municípios que fazem parte do CIM Douro. Ainda que as iniciativas em algumas localidades possam ter apenas um carácter simbólico, não deixar nenhum destes concelhos de fora é uma forma de sublinhar a importância que todos têm e o lugar que ocupam nesta unidade. Este programa deverá acontecer entre 14 de Dezembro de 2017 e 14 de Dezembro de 2018 e terá como ponto alto um fórum, algures entre o fim da primavera e o início do Verão.

O que se pretende aqui: auscultar, capacitar e envolver os jovens da região, dar-lhes ferramentas para que se possam pensar a si mesmos e a este lugar específico, potenciar a sua auto-estima através de um conhecimento e reconhecimento do seu património, promover um encontro e uma troca de saberes inter-geracional, criar, assim, um horizonte mais vasto, aberto ao exterior e à diferença, sintonizar algumas das iniciativas com as grandes questões que se discutem no mundo (por exemplo, a igualdade de género e as questões climatéricas que estão entre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU), produzir objectos que traduzam este ano de iniciativas (entre eles, um manifesto, resultado dos vários dias de fórum, que condensa algumas linhas de reflexão havidas).

Ou seja, o desafio é lançar sementes, colher alguns frutos, transformá-los numa outra coisa, fazer um acompanhamento dos grandes ciclos da terra.   

Um dos projectos que podemos já anunciar é a realização de uma sondagem. Assim que recebi o convite do Prof. Freire de Sousa, interroguei-me sobre o que é ser jovem no Douro, hoje. Quando passei a minha juventude em Vila Real, quando apanhava o comboio que serpenteava a paisagem duriense, em direcção à Régua e para fazer rádio, era um tempo diferente. A democracia tinha pouco mais de uma década, a Europa e uma abertura ao mundo eram uma novidade, a universidade, com as alterações profundas que introduziu em toda a região, dava primeiros passos, as acessibilidades não eram as que hoje temos. Parece que falo de um outro tempo. E falo. E ainda bem que este tempo é outro e que neste país, por exemplo, se tenham criado serviços públicos de qualidade na educação e na saúde, um Estado Social que é o principal trunfo para combater a desigualdade e os problemas da interioridade. Mas sabemos todos que isso, que é muito, não chega. E sabemos que, apesar de parecer que estamos todos ligados, que todo o mundo se parece, há uma identidade própria, um contexto, há condições específicas que me levam, nos levam a interrogar: o que é ser jovem hoje, no Douro? Quem são, o que anseiam os jovens da região duriense, o que esperam da vida, que ideias têm em relação ao futuro, que mundos povoam o seu mundo? Querem viver aqui, querem sair? Que relação mantêm com a origem, quando saem? Penso que importa fazer um mapeamento, não apenas estatístico, destes jovens, através de uma sondagem, cujos resultados vamos apresentar no próximo ano.

Como disse antes, além dos verbos-motores Ser e Pertencer, onde arrumo a sondagem, há outros pares. Aprender /Fazer é um dos mais atractivos para mim. Vou dizer uma evidência: gosto de aprender e não estou sozinha neste gosto. Proponho um conjunto de aulas a acontecer em várias localidades. Estas sessões permitem um contacto com matérias e especialistas de excelência e dirigem-se também àqueles que já abandonaram os bancos da escola. Já não estamos no tempo em que há um tempo para aprender, um tempo para trabalhar e um tempo para gozar a reforma. O tempo é hoje uma massa elástica, com idas e vindas, com a necessidade de acompanhar as transformações espantosas a que assistimos. A necessidade e o gosto.

Portanto, as aulas. Sobre quê? Por exemplo, sobre Miguel Torga e o seu universo literário, sobre Agustina Bessa Luís, cujo imaginário está ancorado nesta paisagem, mas também sobre a Carta dos Direitos Humanos elaborada pela ONU em 1948. 70 anos passados, julgo que faz sentido, mais do que nunca, ler e comentar este documento que foi construído sobre um mundo em escombros, como era o da Segunda Guerra. E imaginem uma aula em que se identificam os grandes momentos da História da Arte, que começamos nas gravuras rupestres e que chegamos aos dias de hoje e à arte conceptual?

Que vamos ter mais? Workshops que apontem para a capacitação e a potenciação de talentos, espectáculos, cinema, conversas, visitas guiadas a tesouros da região. Sou das que acreditam que da discussão, do encontro, nasce a luz, se avança. No princípio era o verbo. Precisamos da palavra e do mundo que se faz com ela para acreditar no futuro.

Gostaria de agradecer a confiança que a CCDR-N, na pessoa do seu presidente, Prof. Freire de Sousa, depositou em mim para levar a cabo esta empresa, tão estimulante, exigente e difícil, e agradecer antecipadamente a confiança que os agentes da região e os tantos que serão meus interlocutores possam ter no meu trabalho, nas minhas ideias. É com o contributo de todos, e porque Somos todos Douro, que podemos fazer coisas que nos ligam ainda mais a este lugar e nos fazem amar a região e as suas gentes.

Obrigada.

 

 

Discurso lido no dia 14 de Dezembro de 2017, em Vila Real, na apresentação do programa Somos Douro e na celebração dos 16 anos da atribuição do selo da Unesco ao Alto Douro Vinhateiro.

 

(Quase) Toda uma Vida - Eunice Muñoz

17.12.17
(Quase) Toda uma Vida com Eunice Munõz, dia 17 de Dezembro, 17h, pequeno auditório do Centro Cultural de Belém, entrada livre. 

Eunice Muñoz é actriz. Estreou-se em 1941 na Companhia Rey Colaço/ Robles Monteiro. No teatro e no cinema, interpretou todos os grandes dramaturgos, de Tchekov a Racine, e foi, por exemplo, Ninotchka ou Joana D' Arc. Fez, faz televisão. Faz porque se recusa a parar, porque continua curiosa, porque representar é uma necessidade de expressão que não estanca com o passar do tempo. É versátil, é uma referência, agarra com o olhar. Se percorrermos o seu currículo, temos, não só a sua história, como uma certa história do mundo do espectáculo e da cultura em Portugal. O arco temporal é de quase um século: nasceu em 1928.

Serralves, Ler no Chiado e CCB

06.12.17
Novas Perspectivas - Serralves 

com Eduardo Souto de Moura, Jorge Pinheiro e Pedro Cabrita Reis,

dia 7 de Dezembro, 18.30, auditório de Serralves

 

Ler no Chiado Eugénio de Andrade

com Gastão Cruz e José Tolentino de Mendonça

dia 6 de Dezembro, 18.30, Bertrand do Chiado

 

(Quase) Toda uma Vida

com Eunice Munõz

dia 17 de Dezembro, 17h, pequeno auditório do Centro Cultural de Belém

 

Estes são os eventos a que estou ligada nas próximas semanas. Se puderem aparecer e ajudar na divulgação, agradeço. Informação mais detalhada aqui: 


 

"Preferias que [esta nossa conversa] fosse decorrendo naturalmente à medida que íamos falando, movendo-nos entre temas de uma forma ligeira, evitando qualquer agenda ou intenção programática": diálogo entre Pedro Cabrita Reis e Jorge Pinheiro. Que estas linhas (do que não quer um enunciado) sirvam de enunciado à sessão de 7 de Dezembro, que, além de Cabrita e Pinheiro, junta Eduardo Souto de Moura. O pretexto, inequívoco, é a exposição "D' après Fibonacci e as coisas lá fora" e as coisas, dentro, em que os três estiveram envolvidos. Mas, sem agenda ou intenção programática, sabe-se lá que chão eles pisam, eles vão pisar? 

 

Eugénio de Andrade é um clássico e é um revolucionador da poesia portuguesa: "com ele a poesia deixa de ser veículo e torna-se substância de si", diz José Tolentino Mendonça. Passaram mais de 10 anos sobre o desaparecimento do autor de As Mãos e os Frutos. Em breve, teremos nas livrarias um volume com toda a poesia reunida a partir da última edição revista em vida pelo autor e com prefácio de José Tolentino de Mendonça. É com este poeta e um outro enorme poeta, Gastão Cruz, que vamos celebrar Eugénio, lê-lo, pensá-lo, no Ler no Chiado de Dezembro. Na Bertrand do Chiado, dia 6 de Dezembro, às 18.30. 

 

Eunice Muñoz é actriz. Estreou-se em 1941 na Companhia Rey Colaço/ Robles Monteiro. No teatro e no cinema, interpretou todos os grandes dramaturgos, de Tchekov a Racine, e foi, por exemplo, Ninotchka ou Joana D' Arc. Fez, faz televisão. Faz porque se recusa a parar, porque continua curiosa, porque representar é uma necessidade de expressão que não estanca com o passar do tempo. É versátil, é uma referência, agarra com o olhar. Se percorrermos o seu currículo, temos, não só a sua história, como uma certa história do mundo do espectáculo e da cultura em Portugal. O arco temporal é de quase um século: nasceu em 1928.

 

 

Ler Eugénio de Andrade no Chiado

04.12.17

Eugénio de Andrade é um clássico e é um revolucionador da poesia portuguesa: "com ele a poesia deixa de ser veículo e torna-se substância de si", diz José Tolentino Mendonça. Passaram mais de 10 anos sobre o desaparecimento do autor de As Mãos e os Frutos. Em breve, teremos nas livrarias um volume com toda a poesia reunida a partir da última edição revista em vida pelo autor e com prefácio de José Tolentino de Mendonça. É com este poeta e um outro enorme poeta, Gastão Cruz, que vamos celebrar Eugénio, lê-lo, pensá-lo, no Ler no Chiado de Dezembro. Na Bertrand do Chiado, dia 6 de Dezembro, às 18.30.