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Anabela Mota Ribeiro

Nenny - Os Filhos da Madrugada

25.04.21

“Somos filhos da madrugada, Pelas praias do mar nos vamos, À procura de quem nos traga, Verde oliva de flor no ramo”. Estes são os famosos primeiros versos do Canto Moço do Zeca Afonso. Neste programa procurei ouvir os filhos de uma madrugada que começou com a revolução de 1974. Através de 25 testemunhos, fez-se uma auscultação de filhas e filhos do país que hoje somos. A filha mais tardia desta madrugada é a minha convidada de hoje. Nasceu em 2002, depois de o mundo ter mudado muitas vezes e de forma radical no ano anterior ao seu nascimento, com o ataque às torres gémeas. Nenny é cantora, é rapper, é sobretudo uma artista. Vive entre o bairro da Vialonga e o Luxemburgo, onde a mãe é emigrante. A família é cabo-verdiana. Nenny é um fenómeno imenso num mundo globalizado. Sushi, o primeiro sucesso, tem 14 milhões de visualizações no YouTube. Tequila teve mais de um milhão de visualizações, numa semana, na plataforma Colors.

 

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Os Filhos da Madrugada: 25 entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. De 1 a 25 de Abril, cerca das 22.30, na RTP3. 

Autoria e condução das entrevistas de Anabela Mota Ribeiro, jornalista, 1971. 

 

Fotografia de Estelle Valente. 

 

Domingos Folque Guimarães - Os Filhos da Madrugada

24.04.21

Por ter nascido duas semanas antes do 25 de Abril, ouviu a mãe dizer que era o arauto da revolução. Nasceu, portanto, em 1974 e é o mais velho dos 25 entrevistados d’ Os Filhos da Madrugada. Domingos Folque Guimarães estudou n’ A Voz do Operário, fez um mestrado em cinema na London Film School, estudou teatro, muito mais tarde estudou gestão em Nova Iorque. Viveu 13 anos fora de Portugal, em Espanha, Itália e Inglaterra. É empresário e mentor de jovens empreendedores, casado, três filhos. É tão optimista e tão gregário que tem amigos no mundo todo e diz que só se lembra do futuro. Julgo não ser um excesso dizer que é comunista desde a gestação: o seu pai foi fundador da CGTP, a mãe é redactora do Avante, os padrinhos são históricos resistentes anti-fascistas. 

 

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Os Filhos da Madrugada: 25 entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. De 1 a 25 de Abril, cerca das 22.30, na RTP3. 

Autoria e condução das entrevistas de Anabela Mota Ribeiro, jornalista, 1971. 

 

Fotografia de Estelle Valente. 

 

Tatiana Salem Levy - Os Filhos da Madrugada

23.04.21

Nasceu em Lisboa em 1979, onde os pais eram exilados políticos. É portuguesa e brasileira, de ascendência judia. Cresceu no Rio de Janeiro e mudou-se para Portugal há oito anos. Vive com um português, têm dois filhos que são portugueses e brasileiros, mesmo que Esther, de dois anos e meio, nunca tenha ido ao Brasil. À conta do sotaque carioca, é tida como imigrante e vítima de xenofobia. “Se não estás bem, vai para a tua terra” – é um insulto que não lhe é estranho. Tatiana Salem Levy é escritora, doutorada em literatura pela PUC-Rio, investigadora da Universidade Nova de Lisboa. O seu último livro, Vista Chinesa, foi lançado há semanas no Brasil, e está a ser um fenómeno: trata um caso de violação vivido por uma amiga. A violência sobre as mulheres e o corpo são núcleos da sua escrita.

 

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Os Filhos da Madrugada: 25 entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. De 1 a 25 de Abril, cerca das 22.30, na RTP3. 

Autoria e condução das entrevistas de Anabela Mota Ribeiro, jornalista, 1971. 

 

Fotografia de Estelle Valente. 

 

Filomena Cautela - Os Filhos da Madrugada

22.04.21

Filomena Cautela nasceu em 1984, é actriz e apresentadora de televisão. Adjectivos que lhe assentam bem: voraz, galopante, frenética, vulcânica, desvairada, alternativa, engraçada, engraçadinha, cheia de lata, a que está sempre a disparar, a que não encarna o estereótipo da apresentadora da televisão. Não vale a pena mencionar, e dito isto menciono, o 5 para a Meia Noite e o festival da Eurovisão como aquilo que, numa linguagem formatada, se chama: momentos altos do seu percurso profissional. Se quiser recorrer às suas palavras para esta introdução, digo que começou chavala, aos 16 anos, que “bora lá” é uma espécie de nome do meio, que incorpora palavras como “bacano” e outras consideradas duvidosas num discurso que chega às massas, e que reflecte uma fala que é a das massas. Tem 650 mil seguidores no Instagram.

 

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Os Filhos da Madrugada: 25 entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. De 1 a 25 de Abril, cerca das 22.30, na RTP3. 

Autoria e condução das entrevistas de Anabela Mota Ribeiro, jornalista, 1971. 

 

Fotografia de Estelle Valente. 

 

Leonor Teles - Os Filhos da Madrugada

21.04.21

Prometia ser uma grande maluquice: entrar numa loja, roupar um sapo de louça, partir o sapo com estrondo. Mas às vezes as maluquices são formas poderosas de denunciar o preconceito, a estigmatização, a desconfiança. Quem viu Balada de um Batráquio sabe do que estou a falar: do costume português de colocar sapos à porta das lojas, nas montras, para evitar a entrada de ciganos. A autora, Leonor Teles, é filha de um pai cigano e de uma mãe não cigana, antropóloga, que trabalha com ciganos. O filme é de 2016, recebeu o Urso de Ouro para melhor curta metragem no Festival de Cinema de Berlim. Vila Franca de Xira, a sua terra de origem, está também na primeira longa metragem: Terra Franca é um documentário que acompanha a família do pescador Albertino. O sentido de comunidade é central naquilo que faz. Leonor Teles é cineasta, nasceu em 1992.

 

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Os Filhos da Madrugada: 25 entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. De 1 a 25 de Abril, cerca das 22.30, na RTP3. 

Autoria e condução das entrevistas de Anabela Mota Ribeiro, jornalista, 1971. 

 

Fotografia de Estelle Valente. 

 

Gisela João - Os Filhos da Madrugada

20.04.21

Gisela João, a berdadeira, tal como assina na conta do instagram, apareceu em 2013 com um álbum homónimo. O fado, os fados de Amália, salvaram-lhe a vida, e isto não é retórica. Nasceu em Barcelos em 1983. O seu Portugal é o que vem do nada, do interior, que se faz à custa de si próprio. É uma dos raros entrevistados d’ Os Filhos da Madrugada que não frequentaram a universidade. O que mais espanta em Gisela, é a capacidade para desconcertar, mudar tudo de lugar, até o lugar do fado. Tradicional e subversivo ao mesmo tempo. Canta com fúria, sofrimento, é intensa, pega num samba de Cartola e percebe o que há em comum com o fado, canta viras e malhões, e no novo disco incorporou a música electrónica.

 

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Os Filhos da Madrugada: 25 entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. De 1 a 25 de Abril, cerca das 22.30, na RTP3. 

Autoria e condução das entrevistas de Anabela Mota Ribeiro, jornalista, 1971. 

 

Fotografia de Estelle Valente. 

 

Maria Inês Marques - Os Filhos da Madrugada

19.04.21

Maria Inês Marques nasceu no Porto em 1990. Em 2014 mudou-se para os EUA para fazer o mestrado e o doutoramento na Yale University. O seu foco incide sobre os despojos do imperialismo português, diferentes memórias pós-coloniais, e a tradução disso na dramaturgia contemporânea. Antes do doutoramento, estudou línguas e literaturas e fez um mestrado em estudos anglo-americanos no Porto. Há uns meses, com duas amigas, fundou a plataforma UMA. Ou seja, esta filha da madrugada integra uma geração muito qualificada, com experiência internacional, ocupada em projectos multidisciplinares, que recorre ao crowdfunding, e isto aos 30 anos. É casada, não tem filhos, tem um cão.

 

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Os Filhos da Madrugada: 25 entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. De 1 a 25 de Abril, cerca das 22.30, na RTP3. 

Autoria e condução das entrevistas de Anabela Mota Ribeiro, jornalista, 1971. 

 

Fotografia de Estelle Valente. 

 

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