Anabela Mota Ribeiro

Se fizermos a cronologia dos momentos estruturantes do pós-25 de Abril, é consensual assinalar: as primeiras eleições livres, em 75, a primeira Constituição, em 76, a extinção do Conselho da Revolução em 82, a adesão à CEE em 86. Não é consensual, ou, pelo menos, suscita leituras divergentes, as nacionalizações do 11 de Março e o 25 de Novembro que pôs fim ao PREC. Hoje escuto duas filhas da madrugada. Joana e Mariana Mortágua nasceram em 1986, mas a sua história começa muito antes. Começa pelo menos na ocupação da Herdade Torre Bela. São ambas deputadas do Bloco de Esquerda. Joana é licenciada em Relações Internacionais, Mariana é doutorada em Economia. Sobre a Educação, alguns números: em 1974, estavam inscritos no ensino superior 50 mil alunos. Em 1994, o número subiu para 270 mil. (Fonte: A Situação Social em Portugal, 1960-95, organização de António Barreto) Em 2000, eram 350 mil inscritos. Em 2019, eram 386 mil. São de Alvito.

Os Filhos da Madrugada: 25 entrevistas a homens e mulheres, nascidos e criados em democracia. Diferentes sensibilidades políticas. De diferentes áreas de trabalho e geografias. Um retrato concreto, particular do quotidiano do Portugal que hoje somos, 47 anos depois da revolução. De 1 a 25 de Abril, cerca das 22.30, na RTP3. 

Autoria e condução das entrevistas de Anabela Mota Ribeiro, jornalista, 1971. 

Fotografia de Estelle Valente.