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Anabela Mota Ribeiro

Marta Bateira - Beatriz Gosta - Os Filhos da Madrugada

20.04.22
Coisas que podemos agradecer a Marta Bateira: obrigar-nos a lidar com os nossos preconceitos, como aquele que diz que uma senhora não diz palavrão, uma senhora não tem nem fala de sexo ocasional, jamais pronuncia palavras como pipizão, pomba, que, em si, não precisam de um piiiii por cima, mas cujo significado toda a gente conhece. Marta obriga-nos a questionar a noção de igualdade de género e um machismo que está enraizado na sociedade portuguesa, em exemplos práticos como este: se ele está no Tinder, é um garanhão, se ela está, isso pode ser duvidoso. Em particular porque toca no último reduto da sociedade patriarcal: o lugar da mãe. Quem quer encontrar a mãe dos seus filhos numa agência de encontros? Também agradeço a Marta ter introduzida, na sua personagem Beatriz Gosta, a palavra tona para a conversa. E todo o fucking day.
 

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Fotografias da Estelle Valente.

Francisco Mendes da Silva - Os Filhos da Madrugada

20.04.22
A partir da família de Francisco Mendes da Silva, podemos acompanhar a segunda metade do século XX português. Os avós são da Beira Baixa rural, os pais são a primeira geração a aceder ao ensino superior, ele é filho dos anos 80, quando o país se rasgou e se abriu. O paradigma mudou. Todas as semanas, a vida política era marcada pela leitura d’ O Independente, esperava-se e temia-se a prosa de Vasco Pulido Valente, Paulo Portas, Miguel Esteves Cardoso. Isso contra a banda sonora da infância. A música dos seus pais era a da Brigada Victor Jara, toda a música de intervenção, e, no programa, vamos dar aos Blur.
 

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Fotografias da Estelle Valente.