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Anabela Mota Ribeiro

Maria do Céu Veiga e Sara Veiga - Os Filhos da Madrugada

29.04.24
Se a ditadura não tivesse terminado naquela madrugada, Sara estaria condenada a repetir um padrão de vida de mulher pobre, remediada, sem estudos, sem autonomia. Estaria condenada a ficar emparedada na relação abusiva que viveu durante anos com um homem que precisava de lhe chamar burra e inútil para se sentir importante. Talvez fosse empregada doméstica, como a mãe. Talvez andasse horas, diariamente, no autocarro, com um bloco de notas onde apontaria os nomes de pessoas e de países começados por diferentes letras, para fazer um brilharete na noite de Natal, quando se juntam a jogar stop. Foi a Sara Veiga, tradutora e obviamente escritora, mesmo sem obra publicada, que me descreveu este tempo e esta biografia. Sua e da sua mãe. 
 
Os Filhos da Madrugada
Maria do Céu Veiga, reformada, 1955
Sara Veiga, tradutora, 1978
RTP3, 30 Abril, 20h
Fotografias de Estelle Valente

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Patrícia Portela - Os Filhos da Madrugada

29.04.24
Patrícia Portela nasceu no dia em que, de certa maneira, tudo começou: no dia do levantamento das Caldas. Dias antes da Revolução, 50 anos acabados de fazer, portanto. É difícil dizer numa linha o que faz Patrícia Portela: é escritora, é dramaturga, é encenadora, tem uma cabeça original que parte e vai dar aos lugares mais inesperados, viveu entre a Bélgica e Portugal, viveu, criança, em Macau. Na sua nota biográfica escreve-se: “constrói mundos paralelos em livros e em outros formatos”.
 
Os Filhos da Madrugada
RTP3, 29 Abril, 20h
Fotografias de Estelle Valente

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Diogo Teles - Os Filhos da Madrugada

26.04.24
A sua paixão: resolver problemas com tecnologia. Coisas que fez: desenhar o robot digital que responde a pessoas na Booking.com, uma das maiores empresas do mundo. Diogo Teles estudou engenharia informática em Aveiro, começou por ser programador, pensa novas linguagens informáticas, está fascinado com a inteligência artificial, que considera um acontecimento histórico. Nasceu no Ribatejo, viveu na Holanda, voltou para Portugal. É casado e tem dois filhos.
 
Os Filhos da Madrugada
Diogo Teles, informático, 1986
RTP3, 26 Abril
Fotografias de Estelle Valente

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Diana Branco Morais - Os Filhos da Madrugada

24.04.24
A escritora Lídia Jorge descreveu de forma poética e rigorosa o que aconteceu há 50 anos: passou por nós o anjo da alegria. Poucas horas antes dessa passagem, foram ditas palavras célebres por Salgueiro Maia. “Como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos.” E acabaram. E começou um tempo de que todos somos herdeiros, devedores e cúmplices e que permitiu a pessoas como a minha entrevistada ter a vida que tem. É militar, forma singela deste programa de prestar tributo aos Capitães de Abril. Chama-se Diana Branco Morais, é tenente-coronel do exército, nasceu em 1978, em Viana do Castelo.
 
Os Filhos da Madrugada, 25 Abril, RTP3, 20h
Fotografias de Estelle Valente

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Alex D' Alva Teixeira - Os Filhos da Madrugada

24.04.24
O que é que o seu corpo diz da revolução? Meio africano, meio brasileiro, e um rapaz que cresceu na Moita. Alex D’Alva Teixeira é músico, nasceu em 1990 em Angola e nunca visitou esse seu lugar-berço. Cresceu na margem sul, teve sucesso cedo com o projecto D’Alva, em 2019 assumiu publicamente a sua homossexualidade. Diz que a música é pop, mas a sua atitude é punk.
 
Alex D’ Alva Teixeira, músico, 1990
Os Filhos da Madrugada, 24 Abril, 20h, RTP3
Fotografias de Estelle Valente

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Inês Relvas - Os Filhos da Madrugada

21.04.24
Ganhar três ou quatro vezes menos, mas estar em casa. O que é casa? O que é que se privilegia no regresso ao país de origem? Parte do percurso de Inês Relvas foi feito fora, em Londres, Luanda, Madrid, Singapura. Fez licenciatura na Nova, mestrado na Católica, MBA na reputada escola de gestão Insead. A seguir ao seu nome, aparece quase sempre uma nota singular e de prestígio: é a única mulher e é a única jovem a integrar a Comissão Executiva da Universo, a empresa de soluções financeiras do grupo Sonae e do Bankinter. E: é feminista e activista dos direitos das mulheres. É consultora, lida bem com a tensão, é ambiciosa, tem confiança em si, conheceu o marido no Tinder.
 
Inês Relvas, consultora, 1989
Os Filhos da Madrugada, 22 Abril, RTP3, 20h
Fotografias de Estelle Valente

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Ana Margarida de Carvalho e João Manso Pinheiro - Os Filhos da Madrugada

20.04.24
Ana Margarida de Carvalho viveu um ano, criança pequena, na Suécia, por causa da ditadura. O pai, o escritor Mário de Carvalho, e a mãe encontraram refúgio nesse país, símbolo do progresso e do respeito pelos direitos humanos, e assim escaparam à perseguição de que foram alvo. Ana Margarida, como o pai, estudou Direito e é escritora; foi jornalista. Tem uma irmã, também escritora. No programa, está com um dos seus dois filhos, o João, que vive em Lisboa, E estudou cinema, música e literatura. O outro, o Miguel, é bailarino e vive na Suécia. São ambos do Partido Comunista.
 
Ana Margarida de Carvalho
Escritora, 1969
João Manso Pinheiro
Produtor de conteúdos, 1994
Os Filhos da Madrugada,
21 Abril, 20h, RTP3
Fotografias de Estelle Valente

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