19.04.25
Lourdes Sendas nasceu no norte de Portugal em 1945. Viveu fora. Vive há anos em Setúbal. Foi professora, é artista plástica. Conversámos em sua casa num dia de sol, com os desenhos desta exposição sobre a mesa. Não ouvimos Laurie Anderson nem Chico Buarque. Mas eles (...)
19.04.25
Não guardo nem tenho vestígio da primeira palavra que disse. Por estranho que pareça, nunca me lembrei de o perguntar à minha mãe. No instante em que escrevo, surge-me a palavra “choro”. Mas claro que uma criança não começa por dizer choro. Uma criança chora. (...)
19.04.25
É inegável que somos devedores de nomes e movimentos que fracturaram a realidade tal como a conhecíamos. E que continuamente nos construímos sobre novas referências. Em Anuário, assinalamos datas marcantes, fazemos uma viagem que atravessa séculos, procuramos a (...)
18.04.25
O meu nome é Anabela Mota Ribeiro, nasci em Trás os Montes em 1971. Esta frase, tão simples, contém apenas alguns elementos de identificação. É o núcleo a partir do qual vou falar convosco sobre pequenos e grandes delírios domésticos. Por doméstico vamos (...)
14.04.25
Escrevo a ouvir Dido e Eneias de Purcell. Maria assistiu à sua representação, todas as noites, presa à voz de Janet Baker. Foi na Escócia, há muitos anos.
Escrevo uma love letterpara Maria, uma carta de amor num quadro de pandemia vírica que a levou. Maria morreu (...)
13.04.25
Desconcerta. É subtil. Fina como um alho, como se dizia antigamente. Tudo com um sorriso resplandecente. Maria de Sousa é uma cientista que se diverte como uma criança. Tem 75 anos. Saiu em 1964 para trabalhar em Inglaterra, Escócia, Estados Unidos. Regressou em 1985, (...)
12.04.25
1.
Quantos tempos cabem em duas horas? Há um gesto de Gil que dá esse tempo, que é o próprio Tempo: aquele em que passa a mão pelo cabelo branco, imaculadamente branco, logo depois de lhe ser colocada a insígnia. Fá-lo com suavidade, essa palavra trazida para os (...)