01.07.22
A conversa correu frente ao jardim. Fez-me acreditar que estava a ler um livro antigo. Levou-me até um tempo em que uma mulher separada no Alentejo profundo era estigmatizada. Levou-me até às verdades inconfessadas da natureza feminina – como quando diz que no fundo (...)
01.07.22
Quando o entrevistei, José Avillez era chefe do Tavares e acabara de receber a sua primeira estrela Michelin. Faz uma cozinha que não é portuguesa, nem internacional, nem de fusão. É uma cozinha não-rotulada que se parece com sons, cores, paisagens, emoções. Com a (...)
10.05.22
A primeira coisa que surpreende é a Catarina Furtado ser sempre a Catarina Furtado. Com a mãe, numa tarde de sol, a recordar o tempo em que foi filha, mantém a fisionomia, a cadência do discurso, o riso que conhecemos da televisão. A gestualidade também é a mesma. A (...)
19.03.22
Ir a Florença e não ver o Nascimento da Vénus ou a Alegoria da Primavera é como ir a Roma e não ver a capela Sistina (e o Papa). As mulheres angelicais de Botticelli estão em posters desbotados e em porta-chaves, em esculturas manhosas para turistas, vêem-se por toda (...)
12.02.22
O MEC já escreveu que O amor é fodido. Vivia em Lisboa, em sofrimento, à beira de uma síncope. Tinha graça, juventude, hordas de seguidores. Agora está na fase de achar Como é linda a puta da vida (novo livro que colige crónicas dos últimos anos). Este é o tempo (...)
04.02.22
Gud evenaing. Ou, se preferirem, boa noite.
O espectáculo vai começar. O elenco: Lauro Dérnio, Artista Bastos, Super Tia, Mike e Melga, Felisberto Desgraçado.
Mais este:
- “Eu sou uma pessoa que pensa no depressa”.
O senhor Engenheiro do riso alarve e estilo (...)
31.12.21
Isto não é uma entrevista a Manuel João Vieira, isto é uma entrevista aos heterónimos de Manuel João Vieira. O músico, o candidato presidencial, o artista plástico. Uma destas tardes, apareceram todos lá por casa (do Manuel João, em Campo de Ourique). Ele é muitos.
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