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Anabela Mota Ribeiro

A few of my favorite things de 2022

09.01.23
These are a few of my favorite things e outras de 2022 (e a cantar para dentro: Tristeza, por favor vá embora...):
- Tive saúde. Tomei cuidados e vacinas, e tive sorte.
- Escrevi.
- Falei uma noite inteira com a Annie Ernaux e pude agradecer-lhe o que os seus livros fizeram por mim.
- Despedi-me da Paula Rego entre os seus quadros em Málaga.
- Convidei amigos novos para os meus anos, além dos amigos de sempre. Conheci pessoas de quem fiquei instantaneamente amiga. No dia em que me fechar no risco da desilusão, serei velha e triste.
- Comi outra vez um gelado com a Conceição Matos e o Domingos Abrantes no 25 de Abril. Na mesma tarde, mostrei ao Moreno Veloso como vivemos esse dia mais feliz do ano.
- Fiz Os Filhos da Madrugada e o Calendário do Advento na RTP. Lancei o livro d' Os Filhos II pela Temas e Debates. Concebi um ciclo para a Casa do Cinema Manoel de Oliveira. Conversei com o Richard Zenith no lançamento da Biografia de Pessoa. Li quase 1300 páginas e aprendi muitíssimo.
- Fiz uma conferência sobre Machado de Assis na PUC-São Paulo, e outra sobre Saramago na UMass de Dartmouth. Também falei de Saramago em Paris e em Madrid.
- Trombei com um mundo em ebulição e esperança em Paraty, onde moderei uma mesa com as ponta de lança do futuro Alice Neto de Sousa e Mídria, e o soba Lázaro Ramos.
- Participei nas reuniões do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, que integro, e pensei: como se prepara o futuro e se investe no saber?
- Abracei a minha afilhada Mia e vimos juntas vestidos. Vi os meus afilhados Maria e Pedro a jogarem xadrez. Andei de barco e servi sumo de laranja numa flute ao meu afilhado Chico. Celebrei os 16 anos da Margarida com champanhe num restaurante fino; ela chegou de trotinete. A Mada repete que sou a sua melhor amiga mais velha. Procuro com a Alice um nome para o seu filho, de quem hei-de ser madrinha (ou já sou). Compreendi, olhando para o meu sobrinho-neto João, que temos muito a aprender com as crianças. Guardamos demasiado trampa na nossa cabeça.
- Conheci a Laureana num concurso de escrita promovido pelo Plano Nacional de Leitura, e enchi-me de força com ela.
- Retomei as viagens. Paris, Bordéus, Madrid, Málaga, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraty, New Bedford.
- Manifestei-me contra a invasão da Ucrânia.
- Bolsonaro perdeu. Lula venceu.
- A minha sobrinha foi para a universidade. Não foi estudar aquilo que eu achava que ela devia estudar, o que foi mesmo bom, porque os tios racham lenha.
- Saltei do Paleolítico para a modernidade e já tenho Spotify (ah ah ah).
- A peça da Christiane Jatahy, a performance do André e. Teodósio.
- Os filmes da Cláudia Varejão, da Cristèle Alves Meira, do Marco Martins.
- Os livros da Djaimilia, da Joana Bértholo, da Leila Slimani, os livros e o prémio Pessoa para o João Luís Barreto Guimarães (para só falar de amigos).
- A exposição do Bispo do Rosário. O Rui Chafes e a Agnès Varda em Serralves.
- Na música, descobri uma miúda, a Raquel Martins.
- Morreu o Godard. Morreu a Gal. A Ana Luísa Amaral. A Paula Rego. A Maria de Lourdes Modesto. Morreu gente a mais.
- A Estelle Valente esteve comigo na televisão e fotografou-me com verdade e cuidado nos meus 51 anos. Com rugas e cabelos brancos.
 

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