Os Filhos da Madrugada - 4ª temporada
Os Filhos da Madrugada: todos os dias na RTP3, às 20.30, e sempre disponível na RTP Play.
26 Junho: Karyna Gomes, cantora, 1976
27 Junho: Katia Guerreiro, fadista, 1976
28 Junho: Paulo Duarte, padre jesuíta, 1979
29 Junho: Mariana Leitão, deputada, 1982
30 Junho: Raquel Ribeiro, investigadora e escritora, 1980
1 Julho: António Brito Guterres, assistente social, 1978
2 Julho: Leopoldina Fekayamãle, estudante, 1995
4 Julho: Hannah Nafize, funcionária da União Europeia, 1997
5 Julho: Martino Gliozzi, médico, 1983
6 Julho: Maria José Lobo Antunes, antropóloga, 1971, e José Lobo Antunes, estudante, 2000
7 Julho: Vasco Pereira Coutinho, actor, 1987
8 Julho: Tânia Graça, psicóloga e sexóloga, 1991
10 Julho: Edalina Sanches, cientista social, 1980
11 Julho: Miguel Prata Roque, jurista, 1978
12 Julho: Ana Markl, autora e apresentadora, 1979, e Nuno Markl, humorista, 1971
13 Julho: Margarida Pinho, professora, 1956, e Teresa Coutinho, actriz e encenadora, 1988
14 Julho: Rafaela Cardeal, investigadora em literatura brasileira, 1989
15 Julho: Carlão, músico, 1975
16 Julho: Nuno Baltazar, designer de moda, 1976
18 Julho: Vanessa Lopes, jornalista, 1994
19 Julho: Sinho Pina, vigilante e dinamizador sócio-cultural, 1976
Havia uma ilusão de calendário novo. Sophia iluminou esse tempo no poema “Revolução”: “como puro início/ como tempo novo/ sem mancha nem vício”.
Há 50 anos, um ano após a instauração da democracia em Portugal, o mapa da História mudou radicalmente. Os que combateram na guerra colonial tinham voltado a casa. Deu-se a independência dos países que eram províncias ultramarinas. No espaço de um ano, chegaram a Portugal entre 500 a 700 mil pessoas, os chamados retornados, vindos do antigo império colonial. Aconteceram as primeiras eleições livres nas quais milhares de mulheres votaram pela primeira vez. A efervescência política era grande.
Que discussões se impõem, como nos relacionamos com uma herança de pertença e cisão, não isenta de diferendos e feridas históricas?
Na quarta temporada d’ Os Filhos da Madrugada, a partir de 25 entrevistas a nascidos depois de 1974 (e, em alguns programas, aos que nasceram antes, promovendo, assim, um encontro de gerações), vamos questionar alguns destes assuntos, auscultar o país que se ergueu em liberdade. Na escolha dos convidados, observámos paridade de género, promovemos a escuta de pessoas com diferentes origens sociais, etárias, de áreas de actuação profissional e orientação ideológica diversa. A primeira convidada nasceu na Guiné, o primeiro país a, unilateralmente, proclamar a independência. A 25ª é filha de um capitão de Abril.
O novo cenário reflecte alguns dos núcleos temáticos desta série. Inclui fotografias de Alfredo Cunha (da manifestação do 1º de Maio de 1974, das campanhas de alfabetização, dos contentores dos retornados frente ao padrão dos descobrimentos, em 1975), uma pintura de Francisco Vidal (artista plástico português com raízes angolanas e cabo-verdianas, Filho da temporada anterior) e um painel de João Abel Manta (em que uma família de portugueses de pé descalço cumprimenta, subserviente, sábios e excelências).
Realização de Teresa Costa Martins, produção de Gonçalo Soares da Silva, cenário de Nicolau Tudela e Nuno Estanqueiro, fotografias de Estelle Valente.
Autoria e apresentação de Anabela Mota Ribeiro.