Para o Chico, um ano depois
Hoje quero falar do meu amigo Chico Grave. Era um solitário da Quinta da Calçada, bairro paupérrimo, que confirma a frase "as flores nascem do estrume". A sua cara de menino maravilhado pelo cinema é uma das mais belas ilustrações da infância e da Vida (com V grande, mesmo) com que já topei. Está nesta fotografia.
Nesse fim de semana ele não tinha vindo a nossa casa trocar livros, fumar um charuto, dar coices - estar, simplesmente estar. A irmã encontrou-o morto na segunda feira. Que aflição. Que dor.
Continuo a chorar, e sobretudo a ter muitas saudades, um ano depois.
Vejam o blog dele, Citizen Grave, "para quase todos", que tinha tudo o que amava muito. É uma forma de o conhecerem um pouco e apanharem o milagre da sua vida.