16.06.24
“Qual é a qualidade que mais aprecio num actor? A generosidade. Consiste no gosto de se expor, correr riscos, estar aberto a outras pessoas. É precisar deixar que lhe aconteçam coisas. Quando partimos para a profissão com a intenção de ser admirados, não estamos (...)
26.03.24
“E os dias que não estive junto deles, a decifrar-lhes a letra miudinha, como os recuperar? Porque gostava de ser lembrado como alguém que, como os gatos, se passeou, um «flâneur». E gostava de escrever com a independência do Garret das «Viagens», também (...)
26.03.24
A pergunta é recorrente: quantas vidas cabem numa vida? Glicínia, a menina da Vila Sousa que se enfeitiçava com as figuras de Malhoa. Glicínia, a intelectual que se cruza com Almada Negreiros, Abel Manta, Jorge de Sena, Cesariny nos cafés de Lisboa. «Havia várias (...)
26.02.23
Ela insiste que não pensou alguma vez que pudesse ser actriz. Até perceber que já era. No teatro da Cornucópia, no cinema de Manoel de Oliveira. Tinha resvalado dos vinte anos há pouco, era vagamente conhecida no meio. No Conservatório de Lisboa não seria suficiente (...)
26.03.20
Quando pela primeira vez gostou de se olhar, e se reencontrou no que via, tinha mais de trinta anos. O que o espelho lhe devolvia era a vida, sulcada na cara. Uma vida vivida em bolandas, entre Portugal e Espanha, palcos e êxitos desiguais, cinco filhos e um pai e uma mãe (...)
26.03.20
Ricardo Pais é encenador. Pressente o teatro na sua vida como uma coisa insidiosa – um karma. Que é uma palavra inesperada numa «pessoa tão estruturada» quanto ele, diz ele. Quando se exilou em Londres, quando era muito jovem e contava com adversidades várias, (...)
11.04.14
Podia ter sido fotógrafa, pintora – diz ela. Todavia, sempre soube que seria bailarina. Desde muito jovem, desde aquela primeira professora que insistiu com os pais para que investissem no talento da menina. A família mudou-se de Viana do Castelo para Lisboa para dar (...)